
Há muitas formas de abordar o triste acontecimento desta manhã, no decurso das obras de construção do ramal de ligação duma viela ao colector principal de drenagem de águas residuais da Rua Dr. Carlos Barbosa, onde um trabalhador perdeu a vida, e outro sofreu ferimentos de alguma gravidade.
A televisão, sobretudo a dita privada, nunca falta nestas ocasiões, seja na Murtosa, ou em qualquer buraco de terra por mais recôndito que seja.
E tudo porquê? Para noticiar uma morte. É macabro, mas é verdade. É pena que sejam estas as prioridades da redação da televisões.
Também é vulgar que se façam crucificações nestes casos. Quem foram os culpados : a Câmara, o empreiteiro, a fiscalização? A ânsia de encontrar o culpado é directamente proporcional à falta de apuramento de responsabilidades que, sobretudo, principalmente objectivem a criação de condições de segurança deste tipo de obras qe não ponham em risco os cidadãos nem os trabalhadores.
A pressão das construções nos terrenos está, em princípio, equilibrada senão houver alterações significativas nos solos. Rasgar uma viela, ou uma rua, com casas ou prédios de um lado e de outro, neste caso a escassos cêntimetros das construções, é uma obra de elevado risco de derrocada. Resta saber se quem está no terreno tem essa consciência.
Continua-se a desprezar a formação dos trabalhadores e dos responsáveis das obras. As coisas acontecem e as pessoas nem percebem porquê.
Não houve escoramento das edificações. É um facto. O que é que o plano de segurança daquela obra recomendava/obrigava que se fizesse nestes casos?
Todos esperamos que isto não volte a acontecer e que o sofrimento da família da vítima pelo menos faça com que não se repita.
Que este caso sirva de ensinamento.
Melhor fora que não tivesse existido.
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