Minas e armadilhas

Estava eu para me congratular com o facto das obras de saneamento para instalação do colector da rede municipal de saneamento na Rua Ruy do Vouga, onde resido, terem demorado exactamente (apenas) uma semana entre o dia que a esventraram e o dia em que a "alcatifaram" de novo com alcatrão (ainda que provisoriamente) e o desastre tinha logo de acontecer no último dia, para borrar a pintura.
Casos com menos gravidade do que este têm acontecido ao longo de toda a obra, e os condutores, envergonhados, vão arcando com pequenos prejuízos, já que são poucos os que acreditam nos efeitos das reclamações junto do dono da obra.
Quanto a mim é um erro. E erro após erro chegou-se à situação daquilo que considero uma constante negligência.
Mas o facto é que neste e noutros casos comungam à mesma mesa uma pésssima sinalização da obra com o incumprimento do condutor.
O empreiteiro colocou um sinal indicando que, a partir de determinado ponto, a rua era apenas transitável para moradores, e este conhece mais ou menos os perigos que o espreitam.
Mas isto não invalida de forma alguma que o empreiteiro respeite as regras de segurança deixando manilhas no meio da estrada com umas fitinhas, pretensamente luminescentes, a assinalá-las.
E basta passar por qualquer das ruas onde há obras e ver as tampas abertas, toda a noite, com três ferrinhos de 6, e de novo uma fitinha vermelha e branca a assinalar a armadilha.
Dir-se-á : já se sabe que um "estaleiro" é sempre um local de risco.
É verdade. Mas quando o "estaleiro" é a via pública, onde brincam crianças, na maior parte das vezes pouco conscientes da desgraça que lhes pode acontecer se cairem lá dentro, esta displicência não devia acontecer.
Felizmente até agora nada aconteceu de tão grave, mas como "até ao lavar dos cestos é vindima" era bom que a fiscalização da obra apertasse o cerco, depois das 5 da tarde, e contribuisse para que o único acidente que trouxe até nós a televisão não passasse de um caso isolado.
Desta vez foi só chapa.