quinta-feira, outubro 21, 2004

Energias alternativas (I) - Aqui não dá?

Reduzir a dependência energética do petróleo foi uma prioridade assumida pela União Europeia, face à diminuição das reservas e à crescente escalada dos preços.
Alguns dos 25, mais atentos, conseguiram suavizar os impactos negativos nas suas economias. Desde cedo começaram a incentivar os projectos de investimento em energias alternativas, nomeadamente a biomassa, a energia solar e a éolica.
São baratas, até ver inesgotáveis, e muito pouco poluentes.
E sobretudo estão ao alcance de todos os países : pobres, ricos e remediados.
Talvez por isso, não sirvam os interesses americanos porque a sua utilização em larga escala contribuirá decisivamente para a redução dos focos de guerra.
Mas para quem não quer entender a bem e antecipar os acontecimentos, vai acabar por entender à força, já que todos os estudos apontam para que as reservas mundiais hoje existentes acabem lá para meados do século.
Com os consumos a aumentar, de uma forma generalizada, de dia para dia, e a China e a Índia a crescerem a um ritmo com dois dígitos, talvez a data em que as torneiras vão secar ainda seja antecipada.
Até lá, os preços vão continuar a crescer.
Numa viagem recente de avião, ao cruzar o espaço aéreo espanhol, fui alertado para o facto de uma linha de torres de energia eólica já atravessar hoje o norte do país vizinho em quase toda a sua extensão.
Do que tenho lido, em Portugal, como infelizmente não podia deixar de ser, tudo está imensamente atrasado.
A AMRia, bem que podia, juntamente com a Universidade de Aveiro, tão bem recheada de pessoas conhecedoras destes processos, lançar-se numa parceria que viesse criar riqueza e inovação na área da produção de energias alternativas em Portugal.
Criam-se empresas multimunicipais ou plurimunicipais para gerir os esgotos. Porque não para gerir e energia!
Temos território, vento, sol, técnicos, capacidade.
Falta-nos iniciativa e força de vontade.
Afinal é mais fácil encher o depósito na bomba.
Até um dia…

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