terça-feira, novembro 02, 2004

Estradas direitas por linhas tortas

Classificado como Património Mundial pela Unesco, o Mosteiro da Batalha é um monumento gótico onde se cruzam alguns pormenores manuelinos. A sua construção, iniciada em 1388, perdurou por mais de dois séculos sem nunca ter sido terminada.
Às sete Capelas Imperfeitas inscritas num octógono falta-lhes a abóbada projectada por David Huguet, testemunhando para sempre, perdoem-me a expressão, alguma tendência lusitana para deixar as obras por acabar.
Não pretendo, naturalmente, dissertar acerca de tão vistoso monumento.
Restrinjo-me a comentar a nódoa negra que representa a ligação à praia da EN 327 com o início da Avenida da Circunvalação, em direcção ao mar.
Pretensamente iria ali situar-se uma rotunda, agora que estamos no tempo delas, mas, ou o proprietário do terreno confinante está com pouca vontade de ceder uma parcela do cultivo de couves e batatas ao domínio público, e terá que ser expropriado, ou então, para sair mais baratinho, vão acabar por fazer ali uma rotunda à toureiro.
Tipo chicuelina, com o toureiro a fintar o touro atirando a capa para a esquerda e a fugir para direita
Apesar do parto já ir muito longo, basta olhar para os alinhamentos e vê-se logo a asneira que está para nascer ali!
Ou será que vai ficar mesmo como está para o pessoal das regatas continuar a ter uns lugares de estacionamento a fazer de placa giratória?
Como já dizia o velho ditado "no melhor pano cai a nódoa".
A beneficiação do acesso à Torreira foi assinalável, mas a porta de entrada continua toda torta.

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