sexta-feira, novembro 05, 2004

Haverá paz depois da morte do "Afável"?

No hospital militar de Percy, em Clamart, a oeste de Paris, para onde se deslocou a fim de ser submetido a exames médicos, o estado de saúde de Yasser Arafat piorou.
Acredita-se que o líder palestiniano morrerá, aos 75 anos, em França.
Quem é este homem afinal? Arafat (afável) nasceu em 1929, filho de uma família abastada de Jerusalém, com sete irmãos. Formou-se em engenharia civil na Universidade do Cairo, entre 1952 e 1956, foi o líder da Liga de Estudantes Palestinianos, e cedo decidiu fundar um grupo que teria como objectivo combater a ocupação israelita da Palestina.
Em 1956 fundou a Al Fatah, uma organização terrorista clandestina, mais tarde o braço armado da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), de quem assumiu a liderança em 1968, depois de se ter envolvido na guerra contra Israel, um ano antes quando os árabes perderam a Faixa de Gaza, os Montes Golã, o controlo da Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
Em 1974 foi o primeiro líder de uma organização não-governamental a falar no plenário da Assembleia-Geral das Nações Unidas, tendo ficado célebre a sua frase «Trago um ramo de oliveira e a arma de um lutador pela liberdade».
Arafat opôs-se, em 1978, aos acordos de Camp David, que concediam autonomia palestiniana na Cisjordânia e em Gaza, por não acreditar no processo.
Em 1994 foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz, juntamente com Yitzhak Rabin e Shimon Peres, então, respectivamente, primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros israelitas.
A 4 de Novembro de 1994, o assassinato de Ytzhak Rabin por um extremista judeu em Telavive, acabou definitivamente com a esperança de paz entre judeus e palestinianos, agravado com o início da intifada em Setembro de 2000.
Depois de ter estado durante 3 anos impedido por Israel de sair do seu Quartel General, em Ramallah, Arafat estará agora à beira da morte, tendo liderado um conflito com avanços e retrocessos, responsável por muita instabilidade no Médio Oriente e no mundo em geral.
Ariel Sharon, já afirmou que Arafat não será enterrado na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, como era sua vontade, por não querer que aquele lugar se transforme num local de peregrinação.
Como reagirá o povo palestiniano à morte do "Afável" que não deixou indicado quem preferia que lhe sucedesse?


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