Tenho criticado assiduamente o governo de Santana Lopes, a sua falta de capacidade de coordenação e a fraca qualidade política e técnica dos seus ministros.
Não retiro, do que disse, uma única palavra.
No entanto, Santana esteve hoje no seu melhor, naquilo em que ele é verdadeiramente especialista : encostar o adversário à parede e fazê-lo sentir o peso da responsabilidade da decisões e das palavras.
Sampaio afirmou cobras e lagartos do governo de Santana e não teve coragem de o demitir, dissolvendo ainda por cima a Assembleia por não ser capaz de gerar novo governo legítimo e credível.
A oposição preparava-se para passar os próximos três meses a apontar decisões ilegítimas tomadas por um governo considerado de gestão, e nomeações para cargos políticos para encaixar os amigos, os filhos dos amigos e os amigos dos primos desses amigos.
Santana antecipou-se a Sampaio e a Sócrates e demitiu-se, ficando com as mãos livres para preparar o combate da campanha eleitoral que se aproxima.
Sampaio não pode pedir à maioria da Assembleia que apresente um novo executivo a prazo, e vai ter de pedir por favor àquele que demitiu, para aguentar mais três meses. Mais um sapo prá digestão difícil deste fim de mandato.
Sócrates vai ter de combater em campanha desdizendo aquilo que há pouco mais de dois anos o PS não foi capaz de fazer e fez com que Guterres abandonasse o barco.
Afigura-se uma campanha onde muita roupa suja vai ser lavada, com Santana no campo da argumentação em que se sente muito mais à vontade que um Sócrates muito exitante.
E nós, triste ou alegremente, vamos aplaudir uns ou outros sabendo que nenhuns deles vão ser capazes de nos dar um País melhor!
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