quarta-feira, dezembro 01, 2004

Portugal em erupção

O inevitável aconteceu. Aos trambolhões como se esperava, numa catadupa de disparates patéticos de actores de pantomima.
Sampaio esperou pelo desenlace da nomeação de Durão como Presidente da Comissão Europeia; do Congresso do PSD para avaliar o grau de oposição interna; da estabilização de Sócrates no seio do PS; e da eleição de Jerónimo no PCP.
Esperou por ouvir Cavaco dizer que só seria candidato se os políticos competentes afastassem os incompetentes. Os responsáveis pelas associações industriais deram o amén.
Só faltava o detonador, de preferência alguém da confiança do pai do bebé, como o Primeiro em exercício se referiu ao governo enjeitado pela família, no seu último discurso em Trás-os-Montes.
Santana, depois de quatro meses vivamente inadaptado às funções com que tanto sonhou, ainda acelerou pelas ruas de Lisboa com mais um nome para apagar o vulcão, mas já foi tarde. Tinha começado a erupção.
A lava corre pelo país afora, assando os portugueses como sardinhas que se viram no braseiro depois de quatro meses a tostar de um lado.
No verão, Sampaio achou que o País não podia perder tempo. Demonstrou não saber interpretar a situação política, e agora vira-se na cama às voltas com um orçamento que ninguém quer executar. Se insistir em que seja aprovado, só espero que tenha a clarividência de se demitir logo a seguir às eleições legislativas, fechando o pior ciclo da nossa história moderna.

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