E agora?

Marques Mendes apresentou formalmente a candidatura à presidência do PSD.
Do meu ponto de vista, esta candidatura vem clarificar dois pontos decisivos e de viragem para aquele partido : Cavaco Silva é o candidato preferido do PSD às presidenciais, e o acordo com o CDS/PP vai para as urtigas.
Quanto ao fim da coligação, Marques Mendes confirma o reposicionamento do partido no centro-esquerda, e abandona a direita.
É fácil de entender a posição que tomou.
Primeiro, Marques Mendes é um cavaquista assumido, e como tal não morre de amores por Portas.
Segundo, Cavaco nunca aceitaria ser candidato com um potencial somatório de votos pouco acima dos 35%.
Marques Mendes é, acima de tudo, um profissional da política.
Vai ter um primeiro teste nas autárquicas onde não quer perder a maioria das câmaras que o PSD hoje domina. Vai ser muito difícil, mas não será decisivo para a sua liderança.
No segundo teste, o das presidenciais, poucos aceitarão nova derrota.
Por isso, Cavaco precisa dos votos de alguma esquerda.
A direita estará garantida.