sexta-feira, julho 08, 2005

Distrito de Aveiro de novo em chamas


Prevendo condições propícias à ocorrência de fogos florestais no nosso distrito, a Coordenação de Bombeiros de Aveiro já tinha tocado a reunir, ontem à noite, as equipas de prevenção das várias Corporações para uma concentração próximo de Albergaria-a-Velha.
Imediatamente arrancou para o local o auto-tanque pesado dos Bombeiros da Murtosa.
Pela madrugada deflagrou um violento incêndio próximo de Albergaria que obrigou ao corte da circulação na A1 e no IP5.
Mais uma viatura dos Bombeiros da Murtosa foi convocada para o local estando, no total, 7 homens e dois carros da nossa Corporação a combater aquele incêndio.
O caos instalou-se no trânsito em direcção ao sul do país, ficando a cidade de Estarreja completamente bloqueada, pela manhã, com centenas e centenas de veículos imobilizados.
A falta de informação aos condutores foi notória já que, ainda que devagar, se conseguia passar pela A1 até ao nó de Albergaria e seguir depois pelo IP5, entretanto aberto ao trânsito, em direcção a Aveiro.
É verdade que nesta altura do ano há fogos em muitos países da Europa e Portugal não é excepção.
É verdade que a seca atingiu fortemente o nosso país e que as matas, para além de desordenadas e com mantas mortas perigosamente volumosas, estão à mercê de condições climatéricas muito adversas.
Mas também me parece que já passaram anos demais sem que se tenha alterado significativamente a organização do combate e prevenção dos incêndios, por muitos e bons que tenham sido os responsáveis que passaram pela tutela da Administração Interna.
Ano após ano continuam a gastar-se grandes somas de dinheiro e de recursos com poucos ou nenhuns resultados à vista.
E os bombeiros continuam a ser a "carne para canhão" deste incompreensível processo em que uns enjeitam as suas próprias responsabilidade e outros a empurram, deliberadamente, para os vizinhos.
Na verdade, aos olhos do vulgar cidadão fica a sensação que ninguém sabe verdadeiramente o que fazer para minimizar esta calamidade, e se isso é verdade, talvez valesse a pena assumir humildemente essa incapacidade e contratar equipas especializadas para traçar um plano de médio prazo com cabeça, tronco e membros.
Mais vale tarde que nunca.

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