Depois de três anos de interrupção, os Bombeiros da Murtosa retomaram a tradição do auto-stop anual para angariação de fundos.
Desta vez, houve um objectivo específico: apoiar a aquisição de um pronto-socorro urbano que chegará ao Quartel próximo do Natal deste ano.
Devido à existência da rotunda da Ponte Varela, houve necessidade de estudar alternativas aos habituais locais da abordagem que não provocassem muita perturbação no tráfego rodoviário de fim-de-semana, normalmente mais intenso.
Há doze anos que tomei parte pela primeira vez nesta iniciativa que envolve o Corpo Activo e a Direcção.
As curiosidades de ontem são as mesmas de hoje.
Não se pode afirmar que existe um paradigma de atitude dos condutores quando confrontados com o bombeiro que estende um saco e solicita uma colaboração monetária, oferecendo um auto-colante alusivo à ocasião.
Mas há alguns comportamentos típicos que, de alguma forma, são generalizados.
Os idosos normalmente param e não hesitam em dar, abrindo um tímido sorriso.
Nos jovens é habitual a desculpa de não terem trazido dinheiro para a praia.
As senhoras jovens que viajam sozinhas ou com crianças dão sempre alguma coisa conforme as disponibilidades.
Os condutores masculinos de meia idade de fora da terra fazem de conta que não estão a ver nada e aceleram à passagem.
Nas famílias compostas por pais e filhos já adultos a oferta é dupla. O filho a conduzir dá uma moeda, e o pai, mais velho, estende de lá de trás uma nota.
Há quem não queira fazer o feio de não dar nada mas esconde a oferta entre os dedos que introduz rapidamente na saca. Normalmente dá uma moeda preta.
Nos carros topo de gama há várias atitudes : há os que têm ar de novo-rico e não param só para não terem de abrir a janela e arriscar perder o efeito do ar condicionado; há os que param, e antes de dar uma pequena moeda fazem o discurso de que já pagam os seus impostos e não tinham nada que dar; e há os que param, abrem a janela, e dão uma generosa oferta conscientes de que as posses que têm lhe conferem a obrigação de colaborar na devida proporção do carro que conduzem.
Os que menos compreendo são os condutores que abrem a janela e começam a praguejar coisas do tipo: “Vão trabalhar malandros!” ou “É uma vergonha!” ou ainda os que sem oferecer nada dizem “Parece que não vêem que é perigoso estar no meio da estrada!” e continuam viagem orgulhosos de terem descoberto uma coisa que mais ninguém é capaz de vislumbrar. Esquecem-se que mais perigoso do que isso é quando eles têm de enfrentar perigo a sério para combater o fogo.
As pessoas da terra não hesitam em ajudar. Nunca hesitaram aliás.
No meio disto tudo, a oferta global é sempre generosa.
Como diz o povo : “uma andorinha não faz a Primavera” ou seja, "uma ovelha mais ranhosa não é exemplo do rebanho".
No entanto há uma coisa que a maior parte das pessoas não é capaz de pensar : o que é que faz com que aqueles homens e mulheres que já por natureza estão sempre dispostos a dar a vida e o sacrifício pelos outros, ainda tenham de se sujeitar a pedir para adquirir algo que será utilizado exclusivamente em prol da população?
A única semelhança que encontro é com o ensinamento de Cristo ao lavar os pés aos apóstolos! Só que nenhum daqueles quis aceitar que Cristo se humilhasse e só a muito custo permitiram o gesto de suprema humildade.
Desta vez, houve um objectivo específico: apoiar a aquisição de um pronto-socorro urbano que chegará ao Quartel próximo do Natal deste ano.
Devido à existência da rotunda da Ponte Varela, houve necessidade de estudar alternativas aos habituais locais da abordagem que não provocassem muita perturbação no tráfego rodoviário de fim-de-semana, normalmente mais intenso.
Há doze anos que tomei parte pela primeira vez nesta iniciativa que envolve o Corpo Activo e a Direcção.
As curiosidades de ontem são as mesmas de hoje.
Não se pode afirmar que existe um paradigma de atitude dos condutores quando confrontados com o bombeiro que estende um saco e solicita uma colaboração monetária, oferecendo um auto-colante alusivo à ocasião.
Mas há alguns comportamentos típicos que, de alguma forma, são generalizados.
Os idosos normalmente param e não hesitam em dar, abrindo um tímido sorriso.
Nos jovens é habitual a desculpa de não terem trazido dinheiro para a praia.
As senhoras jovens que viajam sozinhas ou com crianças dão sempre alguma coisa conforme as disponibilidades.
Os condutores masculinos de meia idade de fora da terra fazem de conta que não estão a ver nada e aceleram à passagem.
Nas famílias compostas por pais e filhos já adultos a oferta é dupla. O filho a conduzir dá uma moeda, e o pai, mais velho, estende de lá de trás uma nota.
Há quem não queira fazer o feio de não dar nada mas esconde a oferta entre os dedos que introduz rapidamente na saca. Normalmente dá uma moeda preta.
Nos carros topo de gama há várias atitudes : há os que têm ar de novo-rico e não param só para não terem de abrir a janela e arriscar perder o efeito do ar condicionado; há os que param, e antes de dar uma pequena moeda fazem o discurso de que já pagam os seus impostos e não tinham nada que dar; e há os que param, abrem a janela, e dão uma generosa oferta conscientes de que as posses que têm lhe conferem a obrigação de colaborar na devida proporção do carro que conduzem.
Os que menos compreendo são os condutores que abrem a janela e começam a praguejar coisas do tipo: “Vão trabalhar malandros!” ou “É uma vergonha!” ou ainda os que sem oferecer nada dizem “Parece que não vêem que é perigoso estar no meio da estrada!” e continuam viagem orgulhosos de terem descoberto uma coisa que mais ninguém é capaz de vislumbrar. Esquecem-se que mais perigoso do que isso é quando eles têm de enfrentar perigo a sério para combater o fogo.
As pessoas da terra não hesitam em ajudar. Nunca hesitaram aliás.
No meio disto tudo, a oferta global é sempre generosa.
Como diz o povo : “uma andorinha não faz a Primavera” ou seja, "uma ovelha mais ranhosa não é exemplo do rebanho".
No entanto há uma coisa que a maior parte das pessoas não é capaz de pensar : o que é que faz com que aqueles homens e mulheres que já por natureza estão sempre dispostos a dar a vida e o sacrifício pelos outros, ainda tenham de se sujeitar a pedir para adquirir algo que será utilizado exclusivamente em prol da população?
A única semelhança que encontro é com o ensinamento de Cristo ao lavar os pés aos apóstolos! Só que nenhum daqueles quis aceitar que Cristo se humilhasse e só a muito custo permitiram o gesto de suprema humildade.
1 comentário:
Há coisas em que vale a pena dar e ajudar. Os Bombeiros são uma delas. O importante é os Bombeiros fazerem parte da nossa sociedade e não se lembrarem deles apenas quando há um incêndio ou quando alguém se sente mal...
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