segunda-feira, novembro 14, 2005

Passo em frente

O executivo da Câmara Municipal vai passar a contar, segundo se consta, com quatro membros a tempo inteiro em vez dos habituais dois como vinha a ser prática desde há muitos anos.
É sabido que estas coisas dos hábitos do passado às vezes tolhem os movimentos do presente, quando todos sabemos que não há dois momentos iguais, e que as áreas onde o município é chamado a intervir são cada vez mais vastas.
Podemos cair na tentação imediata de considerar que se trata de uma opção exagerada, estabelecendo uma comparação com os executivos em regime de permanência das Câmaras Municipais vizinhas de Estarreja ou de Ovar, cujas equipas são da mesma dimensão.
Não falta também quem aponte que o custo anual que o executivo e respectivo gabinete de apoio vai importar é demasiadamente dispendioso para as disponibilidades financeiras de uma Câmara tão pequena e tão carenciada de verbas.
Esta decisão, poderá também contar com uma oposição interna feita em surdina, já que é natural que fique associada a alguma contenção nos gastos com pessoal do orçamento municipal.
A decisão será inevitavelmente polémica mas não deixa, por isso, de ser legítima.
Os resultados da opção tomada podem e devem ser aferidos com inovação, melhorias operacionais na prestação dos serviços e ganhos de produtividade
No final do mandato é saudável que se faça um balanço responsável do binómio custo-eficácia da decisão tomada.
Há, no entanto, um aspecto organizacional da Câmara da Murtosa que será no mínimo invulgar : é que o executivo permanente é superior ao número de divisões, e, consequentemente, há menos chefes de divisão do que “políticos profissionais”.
Estas pirâmides invertidas nas organizações não costumam dar bom resultado, acabando por haver generais sem tropas ou soldados com mais do que um comandante.

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