Durante muitos anos, sobretudo naqueles em que as economias europeias e norte-americana estavam muito pujantes, as empresas não tiveram dificuldade em fazer reflectir nos preços de venda dos seus produtos os aumentos salariais que o governo fixava administrativamente, como sucede com o Salário Mínimo Nacional (SMN).
Os empresários portugueses, face ao nível de vida desses países onde a mão-de-obra era claramente mais cara, e onde um SMN como o que era praticado em Portugal ainda era considerado barato, conseguiam colocar as suas exportações a preços ainda assim atraentes.
A abertura das principais economias aos mercados asiáticos e de leste veio alterar completamente este equilíbrio, começando a dar os primeiros sinais já no final do primeiro governo de António Guterres.
Pagando salários substancialmente mais baixos do que em Portugal, países como a China, a Índia, a Coreia, o Vietname, e a Indonésia, entre outros, inundaram os mercados importadores europeus e norte-americanos com artigos que eram produzidos cá a preços mais caros, deitando definitivamente por terra muitas empresas que absorviam mão-de-obra maciça nos sectores têxtil, do calçado, do vestuário, e da metalomecânica, por exemplo.
Manietado pela impossibilidade de actuar ao nível da política monetária e cambial por força da adesão à moeda única, Portugal começou a reflectir fortemente a quebra nas exportações no fraco crescimento do PIB que se vai verificando ano após ano.
Não se pode, por essa razão, compreender como é que o governador do Banco de Portugal veio esta semana dizer aos portugueses muito calmamente que o PIB afinal só vai crescer 0,3% este ano, e que isso não é nenhum drama. O que ele não disse alto e bom som é que a quebra de 0,2% nas previsões do PIB é toda ela devida à forte diminuição das exportações nacionais que deixam dia após dia de encontrar mercados interessados em produtos mais caros e de igual qualidade àqueles que vendem os países asiáticos.
As pequenas e médias empresas portugueses estão, assim, cada vez mais apertadas entre duas paredes que as vão esmagando: o SMN, que é decisivo para o empregador relativamente às contratações de primeiro emprego de mão-de-obra não especializada, continua a subir; e as exportações não conseguem competir com a concorrência asiática, quando o mercado interno está totalmente retraído e evita as compras.
Como resultado, grande parte das empresas ou reduz a actividade, ou trabalha para stock ou, pura e simplesmente, fecha. Este é o drama diário das PME’s.
Se as margens de venda estão cada vez mais esmagadas devido ao facto dos clientes hoje em dia se preocuparem quase exclusivamente com o preço, se a produtividade não aumenta reduzindo os custos de produção, se os impostos não são desagravados, se o SMN cresce, e se as vendas caem, não há ninguém que seja capaz de conter o crescimento do desemprego.
Grande parte das empresas está tomada como que por uma doença cancerosa que as vai consumindo por dentro até as levar à morte. O tratamento passa pelo aumento da produtividade mas, provavelmente, ainda assim, isso será um simples paliativo.
Por isso, o ministro do Emprego e da Segurança Social, depois de confrontado com a taxa de desemprego de 7,7%, a mais alta desde 1998, reconhece que “não há milagres!”.
Uma das maiores perversidades da fixação pelo governo de um Salário Mínimo Nacional (SMN) é o facto de impedir que um empregador admita, em condições excepcionais, um trabalhador a preço inferior. Esta verdade de “La Palice” tem hoje em dia muito que se lhe diga.
E os candidatos presidenciais têm de pensar muito seriamente no discurso que fazem para não suscitar nas pessoas, nos dias de hoje, a falsa sensação de que é possível aliviar os sacrifícios até ao fim desta década.
Os empresários portugueses, face ao nível de vida desses países onde a mão-de-obra era claramente mais cara, e onde um SMN como o que era praticado em Portugal ainda era considerado barato, conseguiam colocar as suas exportações a preços ainda assim atraentes.
A abertura das principais economias aos mercados asiáticos e de leste veio alterar completamente este equilíbrio, começando a dar os primeiros sinais já no final do primeiro governo de António Guterres.
Pagando salários substancialmente mais baixos do que em Portugal, países como a China, a Índia, a Coreia, o Vietname, e a Indonésia, entre outros, inundaram os mercados importadores europeus e norte-americanos com artigos que eram produzidos cá a preços mais caros, deitando definitivamente por terra muitas empresas que absorviam mão-de-obra maciça nos sectores têxtil, do calçado, do vestuário, e da metalomecânica, por exemplo.
Manietado pela impossibilidade de actuar ao nível da política monetária e cambial por força da adesão à moeda única, Portugal começou a reflectir fortemente a quebra nas exportações no fraco crescimento do PIB que se vai verificando ano após ano.
Não se pode, por essa razão, compreender como é que o governador do Banco de Portugal veio esta semana dizer aos portugueses muito calmamente que o PIB afinal só vai crescer 0,3% este ano, e que isso não é nenhum drama. O que ele não disse alto e bom som é que a quebra de 0,2% nas previsões do PIB é toda ela devida à forte diminuição das exportações nacionais que deixam dia após dia de encontrar mercados interessados em produtos mais caros e de igual qualidade àqueles que vendem os países asiáticos.
As pequenas e médias empresas portugueses estão, assim, cada vez mais apertadas entre duas paredes que as vão esmagando: o SMN, que é decisivo para o empregador relativamente às contratações de primeiro emprego de mão-de-obra não especializada, continua a subir; e as exportações não conseguem competir com a concorrência asiática, quando o mercado interno está totalmente retraído e evita as compras.
Como resultado, grande parte das empresas ou reduz a actividade, ou trabalha para stock ou, pura e simplesmente, fecha. Este é o drama diário das PME’s.
Se as margens de venda estão cada vez mais esmagadas devido ao facto dos clientes hoje em dia se preocuparem quase exclusivamente com o preço, se a produtividade não aumenta reduzindo os custos de produção, se os impostos não são desagravados, se o SMN cresce, e se as vendas caem, não há ninguém que seja capaz de conter o crescimento do desemprego.
Grande parte das empresas está tomada como que por uma doença cancerosa que as vai consumindo por dentro até as levar à morte. O tratamento passa pelo aumento da produtividade mas, provavelmente, ainda assim, isso será um simples paliativo.
Por isso, o ministro do Emprego e da Segurança Social, depois de confrontado com a taxa de desemprego de 7,7%, a mais alta desde 1998, reconhece que “não há milagres!”.
Uma das maiores perversidades da fixação pelo governo de um Salário Mínimo Nacional (SMN) é o facto de impedir que um empregador admita, em condições excepcionais, um trabalhador a preço inferior. Esta verdade de “La Palice” tem hoje em dia muito que se lhe diga.
E os candidatos presidenciais têm de pensar muito seriamente no discurso que fazem para não suscitar nas pessoas, nos dias de hoje, a falsa sensação de que é possível aliviar os sacrifícios até ao fim desta década.
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