segunda-feira, janeiro 16, 2006

Ascensão e queda do clã

A uma semana das eleições presidenciais, as sondagens mais credíveis, apesar de terem implícita alguma margem de erro, começam a dar uma ideia clara daquilo que se vai passar a 22 de Janeiro.
Se não vier acontecer nenhum volte-face surpreendente, dois cenários se afiguram possíveis : uma vitória à primeira volta de Cavaco Silva, ou uma segunda volta entre o professor e Manuel Alegre.
A verificar-se qualquer destes desfechos, Mário Soares é o grande derrotado e o maior responsável por ter arrastado o PS para esta delicada situação : uma maioria no Parlamento que se confirma ter sido meramente conjuntural e conquistada à custa do cansaço sobre a incompetência de Santana.
Mário Soares é a mais fiel imagem do “chefe do clã”. À volta da figura central movimenta-se a família e os amigos mais chegados controlando os interesses pessoais que o “chefe do clã” julga importantes e decisivos.
Desde as maiores nações, às terras mais pequenas, há sempre quem procure encarnar a figura de “chefe do clã”. Cada um deles, à sua escala, procura dominar o sistema para si e para os seus, numa atitude de absoluto egoísmo e egocentrismo, evidenciando uma preocupação exclusiva pelos seus próprios interesses. É típico que o pai estabeleça como meta lançar o filho varão nas suas pisadas, independentemente da sua capacidade ou valor, já que também não foram esses os méritos que estiveram por trás da sua ascensão.
Se os deixarem dominar, tudo acaba por ser dominado. Se eles forem vencedores, os que estiverem à sua volta também o serão.
Senão, deixar-se-ão arrastar para o precipício.

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