quinta-feira, novembro 04, 2004

Era uma vez na América

George W.Bush foi reeleito presidente dos EUA, ainda antes de terminar o escrutínio eleitoral, depois de recolher 274 votos dos grandes eleitores. O Partido Republicano ganhou também o Senado e o Congresso.
A análise das estatísticas eleitorais, altamente desenvolvida naquele país, é deveras interessante de fazer para perceber os resultados.
Bush ganhou sobretudo à custa do eleitorado masculino, casado, com filhos, rural, de raça branca, com mais de 30 anos, rendimentos anuais acima dos US$50.000, com formação acima do ensino básico, ideologia conservadora, essencialmente católico e/ou protestante, que já serviu o país nas forças armadas, muito preocupado com o terrorismo, com os impostos e os valores morais. Admira a forte liderança, aprova fortemente o ataque ao Iraque, acha que a sua situação económica está melhor e considera que o aborto deve manter-se ilegal.
Kerry recolheu a simpatia dum eleitorado feminino, afro-americano, latino e asiático, com menos de 30 anos, solteiros, sem filhos, com menores rendimentos e grau de educação, ideologia liberal, de religiões diversas. Considera a educação, o emprego, a saúde e a guerra no Iraque os assuntos mais preocupantes, acha que a economia está pior. Admite o aborto e a liberdade de escolha sexual.
Bush jogou forte injectando a opinião pública acerca do perigo do terrorismo, procurando que o medo tomasse conta das pessoas.
Kerry tentou o eleitorado menos favorecido, mas deu, eventualmente, mostras de alguma flexibilidade nalguns aspectos essenciais da vida dos americanos.
A esperança de que o cenário mundial ao nível da guerra, dos problemas ambientais e da segurança fosse mudar vai ter de esperar, pelo menos, mais quatro anos.
O mundo pode esperar?

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