quinta-feira, dezembro 02, 2004

O Restaurador

Tinha muita curiosidade em ouvir o que tinham para nos dizer Sampaio, Portas e Santana a seguir ao lanche com os respectivos staffs.
Sampaio, depois de assinalar a Restauração da Independência, pediu à Assembleia que aprove o Orçamento, e fechou-se em copas à espera de ouvir o Conselho de Estado.
Santana, às voltas com uma diarreia, pediu a Rui Rio que dissesse que respeita o homem que fez dele um io-io, e que o País precisa do Orçamento aprovado o mais rapidamente possível.
Portas, concentrado no buraco do umbigo, descreveu o milagre que operou nas forças armadas, e mostrou-se imediatamente disponível para aprovar o Orçamento.
Mas que raio! Então o PR chimpou o governo por estar em causa o normal funcionamento das Instituições ; os outros partidos, já antes do tombo, tinham afirmado votar contra aquilo que chamavam o pior Orçamento de sempre; e agora vai ser aprovado de qualquer maneira?
Os mestres do ilusionismo político não param! Sem Orçamento não há aumentos para a função pública nem para os reformados! PSD e PP procuram tirar dividendos políticos com o sacrifício de votar “sim”. O PS engole o sapo e reza a todos os santinhos para que não o obriguem a “abster-se”. O PCP e o BE assobiam para o lado.
Mas será que eles sabem que o País não são só os partidos, o presidente e os funcionários públicos? e que os milhões de portugueses que trabalham na indústria, no comércio, na agricultura, e nos serviços estão-se sinceramente a marimbar para o Orçamento e acham isto tudo uma palhaçada?
Há 364 anos, um grupo de 40 fidalgos dirigiu-se ao Paço da Ribeira onde estavam a Duquesa de Mântua, regente de Portugal, e o seu Secretário, Miguel de Vasconcelos.A Duquesa foi presa e o Secretário morto. Foi assim que Portugal recuperou a sua independência, sendo D. João IV, Duque de Bragança, aclamado rei, com o cognome de "O Restaurador".
Venha “Ele”, quem quer que seja!

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