segunda-feira, janeiro 17, 2005

Sem outra solução

Os especialistas são unânimes na solução de curto/médio prazo para resolver o problema do défice : menos funcionários públicos e com maior formação académica e técnica; menor peso do Estado na economia; transferência para a actividade privada das funções que não carecem de ser executadas obrigatoriamente pelos serviços da administração pública.
Diria que não é preciso ser um reputado especialista em finanças públicas para chegar a esta conclusão, ainda mais quando já é conhecida há muitos anos.
Se relativamente às receitas provenientes dos impostos e de outras fontes de rendimento do Estado, se superiorizam as despesas públicas em bens, serviços e transferências sociais, estamos, aliás como sempre estivemos desde 1974, numa situação de défice orçamental.
Para resolver este desequilíbrio, o estado tem de recorrer a financiamento, externo ou interno, o qual vai constituir a dívida pública, dando origem ao pagamento de juros.
Ora, a situação das contas públicas é em tudo semelhante às contas das famílias, e todos sabemos o que fazer quando os nossos gastos excedem o que conseguimos ganhar : ou somos capazes de aumentar as receitas ou temos de diminuir as despesas!
Nalguns casos, faz-se por esquecer a situação e recorre-se ao crédito, redundando, mais tarde ou mais cedo, numa situação de insolvência.
Como o Pacto de Estabilidade e Crescimento obriga ao procedimento por défice excessivo (se o défice for > 3%), e não se vislumbrando que estejam criadas condições para um crescimento da economia superior a 1,6% em 2005, poucas alternativas restam ao líder que sair das próximas eleições, seja ele do PS ou do PSD, que não passem pela redução da despesa.
E como o grande bolo da despesa pública provém dos vencimentos dos funcionários terá, obrigatoriamente, que ser reduzido o seu número.
E este é o grande drama do PS a quem é reconhecida a característica de fazer engrossar as fileiras do funcionalismo público quando o mercado não absorve a mão-de-obra disponível, por forma a suster os problemas sociais e as pressões dos sindicatos.
Pensará Sócrates em aumentar os impostos para fazer crescer as receitas? Como se ele já defendeu a “estabilidade fiscal”?
Se não se quiser juntar aos frouxos que o antecederam, o próximo primeiro-ministro ficará indubitavelmente conhecido pelo "carrasco da função pública".
Mas ficará também para a história como um homem de coragem!

5 comentários:

Anónimo disse...

Devem começar por reduzir o número de políticos, os ordenados dos que restarem, tirar os telemoveis a todos eles e obrigá-los a andarem todos em Renault´s 5. Isso deve proporcionar uma redução no déficit em cerca de =,000000000000000000000000000000000000000000000000001.
Faltam os outros 0,7%.

Anónimo disse...

Frouxos??????

Anónimo disse...

Frouxos!!!!!

kimikkal disse...

E o combate à evasão fiscal, será que não interessa?.....

João Cruz disse...

Interessa e muito. Digamos que deve ser considerada a segunda prioridade de qualquer governo. É tempo de acabar com essa demonstração de imaturidade democrática de cada um não assumir as suas responsabilidades fiscais, e ser o chamado "chico esperto".