quinta-feira, dezembro 07, 2006

Cada vez mais caro

O BCE aumentou hoje a taxa de juro em 0,25% fixando-a agora em 3,5%. Não foi inesperado, e a escalada ainda não terminou. Em Janeiro há mais um saltinho, e lá para Junho a Euribor estabilizará nos 4%. Nem mais nem menos do que o dobro da taxa a que estivemos habituados durante uma série de anos e que, segundo os livros mais elementares de economia, conduziu a Europa a uma espiral de consumismo.
A economia europeia “ora come ora evita comer” : ambiciona dar melhores condições sociais e de emprego aos cidadãos para depois os desempregar por força da desaceleração do consumo por causa da subida das taxas de juro.
Jean-Claude Trichet é o “polícia” mais atento ao crescente consumismo na Alemanha (a 2.ª economia mundial) e vai apertando o travão germânico pelo mecanismo que tem ao seu alcance : o preço do dinheiro na Europa dos 12.
Para mal dos nossos pecados, enquanto eles parecem estar em franco crescimento e têm de ser serenados, os portugueses continuam às avessas com um problema tão difícil de resolver como o de um endividamento familiar médio na ordem dos 117%, ou seja : nunca mais nos veremos livres das dívidas e com estas subidas das taxas de juro o cenário piora vertiginosamente.
Ségolène Royal, a primeira mulher com possibilidades reais de chegar à Presidência da França, aproveitou a presença hoje em Portugal no congresso do PS Europeu, para chamar a atenção de que chegou a altura do BCE perceber que quem deve comandar a política europeia e a política monetária dos 12 têm de ser os políticos eleitos.
Os franceses terão as suas manias, mas que pensam sempre mais à frente do que os seus parceiros europeus, ninguém duvide!

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