terça-feira, outubro 12, 2004

Política à Portuguesa (I) - O PA, o PB e o PC

Nas eleições legislativas do Portugal democrático tem-se verificado a alternância do poder entre os dois principais partidos políticos. Ora ganhas tu, ora ganho eu. O que varia é o tempo de permanência ao leme. Depende do estado do mar e do enjoo dos tripulantes.
São os chamados partidos do centro, sinal indiscutível que existe algo mais à sua direita e à sua esquerda.
Mas mesmo o centro político tem dois lados : o centro-direita e o centro-esquerda. Como no futebol.
E é quando os da esquerda ou os da direita se unem a um dos do centro que a balança se desequilibra.
Aí os do centro, em muito maior número, passam imediatamente a chamar-se da direita ou da esquerda. É uma forma dos que não conseguiram fazer a sociedade tentarem ocupar o espaço deixado ao centro pelos que penderam para um dos lados.
No meio desta intrincada equação matemática está o PA – Partido Abstencionista que vale tanto como um dos do centro, apesar de nunca ter ganho as eleições, e que quando engorda dá cabo das previsões aos analistas.
Se é verdade que à direita pouco ou nada muda, o mesmo já não se passa à esquerda.
E tudo por culpa do PB – Partido do Bloco.
Vendo a ferrugem a apoderar-se do PC, surgiu, não se sabe se á esquerda se à direita deste, e cada vez lhe toma mais o lugar.
E como o senhor que distribui os lugares no Parlamento achou que os pequenos, para não terem frio, ficariam melhor colocados à direita do PC, torna-se muito mais fácil uni-los ao PS, por serem moderados.
Ora isto tudo vem a propósito do PC que em Novembro vai mudar de líder com a saída do dr. Carvalhas (63anos, economista).
As carcaças comunistas apontam dois nomes para o substituírem : Ilda Figueiredo (56 anos, economista) e Jerónimo de Sousa (57 anos, operário)
Talvez seja assim.Talvez o CC queira mesmo definhar o PC e enterrá-lo com o dr. Barreirinhas, deixando o espaço todo aberto ao PB.
Mas basta olhar para os actuais líderes partidários, suas idades e formação académica (Paulo Portas, 42 anos, jurista; Santana Lopes, 48 anos, jurista; José Sócrates, 47 anos, engenheiro civil; Francisco Louça, 48 anos, economista), para perceber que só um jovem podia revolucionar verdadeiramente a esquerda : Bernardino Soares, 33 anos, jurista.
Eu diria, sem a mínima simpatia pela ideologia propagandeada, que o PC é indispensável ao panorama político português e à inflexão na produtividade do trabalho que precisamos como do pão p’ra a boca.
Só a viragem do PC ao comunismo moderno poderá enterrar definitivamente a esquerda obsoleta e o sindicalismo estúpido e invejoso que nos tem atrasado tanto.
Ficamos à espera.

2 comentários:

kimikkal disse...

Também eu gostaria que Bernardino Soares pudesse ser o móbil da mudança do PC, o problema é que não vejo possibilidades para tal acontecer.

Anónimo disse...

Acho tambem que o Bernardino Soares é o nome indicado para substituir o Dr Carvalhas e dar mais força a Esquerda. A bipolarização tão defendida pelo psd e ps é má para Portugal, não vejo qualquer vantagem nessa bipolarização, se hoje o panorama politico (jobs for the boys, subsisios, educação, perdões fiscais, Etc) é como é, sem outras forças parlamentares isto será uma republica das bananas. Fcaravela