quinta-feira, outubro 07, 2004

Só à martelada

Não se fala noutra coisa. O professor Marcelo abandonou o seu comentário semanal aos domingos à noite na TVI
A oposição recauchutada, doida por arranjar barulho, aproveita para cascar no governo e dizer que quiseram calar uma voz incómoda que, por acaso, até é do partido.
Este defende-se como pode depois das desastradas declarações dum tal Rui Gomes da Silva que, por acaso, é ministro.
O Presidente da República, que jurou não largar as canelas ao Dr. Santana, chamou o senhor a Belém para saber ao certo se o tinham mandado calar ou se, por acaso, era ele que estava farto de dar cabo dos fins-de-semana. Aproveitou para lhe mostar os cantos à casa para ele se ir ambiantando.
TVI, MediaCapital, Pais do Amaral, Alta Autoridade para a Comunicação, Eduardo Moniz, etc, etc, desdobram-se em declarações patéticas, mentindo com todos os dentes que têm, incluindo os podres, e servindo o melhor possível os interesses de quem lhes pode engendrar os maiores lucros.
São muitos acasos.
Tudo isto é triste, tudo isto é fado.
O que mais me interessa é ouvir a opinião pública, e esta é inequívoca, vinda de todos os sectores da esquerda à direita.
A liberdade de expressão é o melhor direito conquistado pela revolução de Abril.
E toda a gente tem a certeza que dizer o que se pensa e o que se sente tem custos, muitas vezes elevados, na vida pessoal e profissional.
Tudo é como dantes, só que não se vai preso nem se leva pancada a torto e direito.
Mas que ficou arreigado nos detentores do poder (económico e político) a mania da perseguição, isso podem ter a certeza.
O lema é : quem não está comigo é contra mim. O alvo a abater.
O coro das vozes que lamenta o lamaçal onde estamos metidos aumenta todos os dias.
Pouco me interessa o Professor Marcelo propriamente dito. Nem acredito que os que criticam o que aconteceu o vão contratar para as suas televisões.
Acho que ele está noutra…mais presidencial. Precisa de estar à vontade.
O que me aborrece é não poder dar uma valente martelada nesta podridão toda.

2 comentários:

RESPE.CT - ERASMUS+ disse...

Caríssimo:
Tudo o que passa, passará.
O episódio "Marcelo" é apenas uma clara evidência do caciquismo português. Reina na Madeira... Impera na Murtosa... Instalou-se em Aveiro. Os caciques raramente têm uma cor definida, pois adaptam-se muito bem às mudanças. Têm um faro apurado.
Estamos a voltar aos tempos épicos da Cristandade: ou te baptisas em nome do meu deus, ou morres na fogueira.
Apenas isso.
Valerá a pena mudar? O povo até gosta. Os caciques alimentam, sossegam, fazem festa, animam na tristeza, prometem nas horas incertas, apoiam na desgraça...

Anónimo disse...

E é das bebidas mais vendidas nos tascos da Murtosa, "Cacique"; especialmente entre pessoal que andou pela Venezuela.