sábado, dezembro 04, 2004

Mais uns metros para quê?

Incentivar o uso da bicicleta, na perspectiva de reduzir a emissão de gases poluentes provocados pela circulação automóvel, é uma política muito em voga, com especial reflexo para as cidades onde, naturalmente, o tráfego é mais intenso.
Sendo acompanhada de uma série de medidas ao nível da construção de vias para velocípedes, locais de estacionamento seguros e construção de vestiários, poderá até promover a bicicleta como verdadeiro transporte alternativo.
Nos meios rurais, como é o caso da Murtosa, a bicicleta é ainda um vulgar meio de transporte, apesar das vias de comunicação nunca terem, no passado, sido construídas a pensar nos velocípedes.
Agora que a questão das ciclovias se tornou actual, e sendo impraticável encher o Concelho destas infra-estruturas, a Câmara Municipal, e do meu ponto de vista bem, fê-las, emblematicamente, nalguns locais onde era possível, nomeadamente na Av. do Emigrante, e na Torreira, ligando a Ria ao Mar.
No primeiro caso, privilegiou um trajecto de acesso das crianças à C+S actuando simultaneamente no campo da acção cívica.
No segundo, fomentou a criação de hábitos saudáveis e contribuiu para a prática de lazer.
Nos locais onde estas pistas especiais existem, o art. 78.º do Código da Estrada prevê até a circulação obrigatória de velocípedes tentando reduzir ao mínimo os conflitos entre automóveis e bicicletas.
Mas, como infelizmente acontece, cai-se muitas vezes no exagero, e um trajecto racional às vezes estende-se como o nariz do Pinóquio por artérias sem sentido nenhum criando absurdos estreitamentos de via.
Exemplo disso é o que aconteceu na Torreira e vê nesta imagem.
Todo este último troço de ciclovia que ali foi construído recentemente é fruto do síndroma do financiamento comunitário fácil e do despesismo público.
Forçar cinquenta metros de ciclovia, provocando esta despropositada saliência nos alinhamentos viários para se atingir a Av. da Bengala ,deve ter razões que a própria razão desconhece.

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