sexta-feira, dezembro 03, 2004

O jogo do empurra

João Bosco Mota Amaral, a segunda figura do Estado Português, surge como uma voz dissonante no seio do PSD. Uma voz de quem não se quer vergar de qualquer maneira à chicana política. E vai dizer a Sampaio, que se esqueceu de comunicar ao Presidente da Assembleia da República que a ia dissolver, que aquele Órgão está ferido de morte e, por isso, deve parar imediatamente de intervir não aprovando o Orçamento para 2005.
Mas Sampaio e o PS pressionam no sentido da aprovação…cada um à sua maneira.
E tudo isto porquê?
O Orçamento encerra políticas decisivas em termos fiscais, ou seja, quanto à cobrança de impostos.
Por exemplo se o IRS vai subir ou descer, e como? se o IVA vai continuar a ser 19%, ou retorna para os 17% como o PS defendia na altura em que este subiu; se o IRC desce dos 25%, incentivando novas empresas a fixarem-se em Portugal; se as sociedades offshore vão continuar a manter os benefícios excepcionais.
É este documento que vai definir como se vai constituir a receita do Estado.
É desta política que se parte para a definição do famigerado déficite público.
Ora como sempre foi fácil falar na oposição, seja na política ou seja noutra coisa qualquer, e muito difícil pôr as coisas a funcionar quando se tem as rédeas na mão, não há nada como iniciar funções governativas atirando para cima dos antecessores a responsabilidades pelas coisas que, por inépcia, correm mal.
E um orçamento feito por um governo de tiroliros, e aprovado às três pancadas, vem mesmo a calhar para passarmos o próximo ano a viver de desculpas!

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