quarta-feira, dezembro 29, 2004

Nem tudo o que reluz é ouro (II)

No dia 8 de Novembro passado escrevi um post com o título Nem tudo o que reluz é ouro onde referia a preocupação com a crescente cotação do euro face ao dólar americano, e as consequências que isso acarretava para a economia europeia.
O euro não tem parado de atingir novos máximos, tendo hoje cotado a 1,3640 €, ou seja, mais 0,0654 € do que há 50 dias atrás, subindo 5% neste período.
Isto faz também com que os investidores tenham abandonado o mercado de acções para investir no mercado monetário onde as remunerações se têm revelado muito mais atractivas, e fazendo regressar a especulação pura e simples.
Voltando a fazer as contas que fiz naquela altura, quem tem agora no bolso 1.000 dólares e os quer trocar por euros, vai receber apenas 733.14 €, ou seja, menos 36,86 € que há menos de dois meses, quando recebia 770 €.
O poder de compra europeu sobe cada vez mais comparado com o americano, mas as exportações caem a pique. Mais tarde ou mais cedo iremos sofrer a recessão provocada por esta inexplicável vontade estúpida do Banco Central Europeu em não desvalorizar a nossa moeda.
Na Murtosa assiste-se já ao prolongamento das estadias de alguns emigrantes nos Estados Unidos, tentando contrabalançar o que recebem das reformas com uma vida mais barata. Como reflexo, gastam cá cada vez menos, e até a taxa de referência dos depósitos é agora maior nos EUA (2,25%) do que na Europa (2%), afastando as poupanças dos bancos portugueses.
As expectativas não são animadoras, e os especialistas prevêem que a fasquia de 1€ = 1,40 $USD seja atingida durante o mês de Janeiro.
Só lamento é que o governo continue a encher os cofres à custa dos impostos sobre os combustíveis, pois os contratos em dólares não param de fazer descer os valores das transacções e os preços nas bombas não têm o correspondente reflexo.
Mais uma medida por causa do défice!

1 comentário:

kimikkal disse...

E a desvalorização não deve ficar pelos 1,40 USD...