segunda-feira, dezembro 13, 2004

O mundo é dos actores!

Não sou espectador habitual da TVI, sobretudo por abominar a linha redactorial dos noticiários. Aliás acho que apenas me posso considerar espectador assíduo do telejornal da RTP1 e da SIC Notícias.
Mas como qualquer homem português que se preze, e que tenha à mão um comando de televisão, nunca enjeito a oportunidade de fazer zapping, particularmente ao domingo à noite depois de ver o último dvd da semana, e de entrar na angústia pré-semana laboral.
Por esse facto tenho, ainda que irregularmente, visto e ouvido algumas imagens de um programa que se chama "Quinta das Celebridades".
Confesso que algumas dessas pessoas célebres me eram completamente estranhas, e não as estou a ver ligadas a qualquer contributo ou descoberta importante para a humanidade.
Mas o conceito de celebridade tem as mais diversas interpretações e, como tal, que o sejam com a benção do Senhor.
Mas estas palavras têm a ver com a "expulsão" (nome bastante forte para quem saiu de mota com a conta bancária muito mais bem recheada do que quando entrou) de que ontem foi alvo uma celebridade dessas que eu nunca tinha visto mais gorda, de seu nome Pedro Reis.
Das vezes que o ouvi falar pareceu-me, indubitavelmente, a pessoa mais ponderada, educada e equilibrada de toda aquela gente, e o único que era capaz de dialogar com todos e de fazer a ponte entre as extremadas posições de alguns.
Ouvi dizer, diversas vezes, pela boca dos populares que eram entrevistados, que era o candidato n.º 1 ao prémio final (que não deve ser nada pequeno a ser verdade o que dizem que é pago semanalmente a cada um deles).
Mas não foi. Rua com ele, disse o povo que vota nestas coisas, e que o presenteou com 75% das opiniões desfavoráveis.
Foi uma surpresa, até para o próprio, que mesmo cheio de fair-play , não conseguiu esconder o desconforto de uma saída inesperada.
Acaba por ser interessante ver e ouvir estas coisas, para não se ter dúvidas acerca dos traços gerais dos portugueses que se dividem entre o que dizem ser e o que realmente são. Entre o que acham bem e que realmente fazem. Entre a teoria e prática.
No fundo, o mundo é dos actores; dos que têm máscaras para esconder a sua própria realidade. É um mundo de ilusão.
E não valeu de nada ser como aquele que parecia ser "um homem sério".


Sem comentários: