sexta-feira, janeiro 14, 2005

Anedota 2

A propósito dum comentário de uncertain smile no post anterior, não resisto a incluir o candidato José Sócrates no anedotário político português, ficando, para já, isolado com o “avô cantigas”.
Enquanto o outro se afirmou pela falta de conhecimento do que se passa no seu ministério, este, que ainda não tem ministério nenhum, já se afirma pela capacidade de mudar de opinião em menos de dois meses.
Aquando da discussão do orçamento, afirmei aqui que, no actual estado das finanças públicas, era inevitável acabar com os benefícios fiscais que, no fundo, são apenas utilizados pelos mais abastados (PPR, PPH, PPA).
Esta era a proposta do Governo, agora em gestão, e mereceu a veemente oposição do PS e do seu líder.
Mas, bastou passar de líder da oposição a provável primeiro-ministro e, num almoço com empresários em Lisboa, o Zézinho confirmou que não vai repor os benefícios fiscais.
O pior foi a argumentação utilizada : “A política fiscal que o PS seguirá, sublinhou Sócrates, será de «estabilidade» (sic)”.
Ora, se esta alteração ao código do IRS só se vai repercutir efectivamente no IRS de 2005, e o novo governo tomará posse em Março, como é que alguém sentiria a má decisão (na óptica do PS em Outubro passado) do governo anterior, se quase toda a gente que compra estes produtos só o faz no final do ano?
Mas quem não gostou do almoço foram os empresários pois Sócrates disse também que escusam de pensar na baixa do IRC de 25 para 20%! Assim é que se incentiva a criação de novas empresas Zézinho?
Uma forma muito mais coerente de tratar o IRC seria impedir que as empresas utilizem os prejuízos fiscais de anos anteriores para não pagar IRC nos anos vindouros, evitando-se assim que muitas empresas nasçam e morram no mercado sem nunca pagarem um tostão! Mas isso era mexer nos interesses de muita gente que usa e abusa das legalidades fiscais para enriquecer desmesuradamente.
No horizonte, só vejo tempestade!

Sem comentários: