quarta-feira, abril 06, 2005

Peregrinos

No último noticiário de hoje a televisão mostrava uma compacta fila com mais de cinco quilómetros de peregrinos que se amontoavam para prestar a última homenagem ao Papa João Paulo II.
Contrastando com um algum tédio de quem anda há dias a fio a assistir de longe às imagens que vêem sendo transmitidas, os peregrinos não regateiam esforços, sofrimentos ou horas de espera, tendo como única compensação um fugaz momento de contacto visual com o corpo, sem vida, de Sua Santidade.
Poderá parecer descabido a quem não está munido da fé desses peregrinos que haja quem se disponha a uma longa caminhada pelo desejo ardente de estar presente, ainda que por momentos, frente a frente com a imagem venerada, querendo guardar para sempre, ainda que numa simples fotografia, essa circunstância.
Aquele que vai por devoção leva consigo uma convicção muito forte da missão a cumprir, armado de um conjunto de sentimentos incontrolável que só ao íntimo de cada um diz respeito: a fé, a esperança, o querer e o acreditar.
Esta singular capacidade de chamar a si e de unir milhões de pessoas pelo exemplo de vida e pela mensagem só está ao alcance de muito poucos, apesar de bastantes acreditarem que os que se movem à sua volta o fazem por convicção.
Se no dia a dia, como o Papa repetia, as pessoas mostrassem por acções esta disponibilidade para os outros, o mundo em que vivemos seria muito melhor.

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