terça-feira, julho 19, 2005

Depois de três semanas em exibição, tive ontem oportunidade de assistir ao filme “A Guerra dos Mundos” de Steven Spielberg, numa adaptação do livro com o mesmo nome de H.G. Wells.
A história tem como protagonista Ray Ferrier (Tom Cruise), operador de gruas nas docas de New Jersey.
Divorciado, não consegue demonstrar grande à vontade no papel de pai de Rachel (Dakota Fanning) e de Robbie (Justin Chatwin) quando é a vez dele de os ter em casa.
Numa dessas visitas, Ray e os filhos assistem ao aparecimento de um gigantesco tripod de guerra que emerge do chão e incinera tudo o que encontra, matando impiedosamente as pessoas à sua passagem por um processo em que lhes sugava o sangue.
Começa então um vasto ataque alienígena à Terra, que faz com que Ray pegue seus filhos e tente protegê-los, levando-os para o mais longe possível das armas extra-terrestres.
Milhões de mortos depois, os militares americanos conseguem vencer os extra-terrestres e a história acaba em bem, apesar da imensa destruição.
Tom Cruise desempenha, como sempre, excelentemente o seu papel quase nem sendo preciso falar para vermos na sua expressão o que é que está a pensar.A pequena Dakota vai ser de certeza uma grande actriz, Justin nem tanto.
Os efeitos especiais e o som, à boa maneira com que Spielberg nos habituou são fantásticos. A banda sonora de John Williams é do melhor que já ouvimos.
Quanto à história concordo com a grande maioria da crítica: um dos filmes mais fracos do brilhante realizador, ao fim e ao cabo uma miscelânea de outras obras notáveis de Spielberg.
Esquecendo estes aspectos mais visíveis do filme, o tema central gira à volta do terrorismo, dos atentados, do medo e da paranóia dos americanos de um dia poderem vir a ser atacados em larga escala por assassinos impiedosos e sem rosto que não hesitarão em os matar.
O simpático ET, que as crianças se habituaram a gostar, foi agora substituído por poderosas máquinas que mais não representam, sub-repticiamente, do que muçulmanos radicais.
O contacto com os ET’s deixaram agora, com este filme, de ser possíveis. Segundo Spielberg os ET’s de hoje são os terroristas que nos podem privar da liberdade.
É esta ideia de terror latente que começa a ser incutida desde cedo nas crianças que nos deve preocupar.

1 comentário:

João Cruz disse...

A interpretação que cada um tem acerca dum filme não tem de ser obrigatoriamente igual à dos outros. No entanto, se ler a crítica especializada, que não é o meu caso, em particular a americana, vai ver que há muita gente que considera que o que está subjacente a este filme é algo próximo disto que escrevi.
É claro que, felizmente, não se ensina isto na escola às crianças americanas. Ainda bem, e também nunca me passou isso pela cabeça.
Lamentavelmente ensinam-se as crianças muçulmanas a odiar os ocidentais nas madrassas paquistanesas e afegãs, como deve estar habituado a ler e a ver nas televisões e jornais.
Mas a blogosfera serve para isto mesmo : discutir pontos de vista.