Nesta época do ano, é raro o dia em que os bombeiros voluntários não surgem na televisão em imagens de abnegado sacrifício no combate aos incêndios que alastram por esse país fora.
O seu esforço é alvo de diário de reconhecimento público e de manifestações de respeito pela nobre e altruísta missão que desenvolvem em prol da sociedade.
Quanto mais penso no muito que tenho ouvido sobre a temática dos incêndios há mais de uma década, mais me convenço que muitas das pessoas com responsabilidade directa nessas questões evidenciam, antes de mais, uma enorme falta de respeito por estes homens e mulheres que diariamente arriscam a vida.
Quase sempre, à pergunta dos jornalistas acerca da origem deste ou daquele fogo, se ouve a resposta de que se trata, quase de certeza, de fogo posto.
Então se há neste país tantos pirómanos a soldo de interesses obscuros teremos nós de nos conformar com isso ano após ano, sem que nada lhes aconteça?
Na sexta-feira à tarde deflagrou mais um incêndio na Torreira, a poente da Colónia de Férias.
Só a muito custo, os nossos bombeiros conseguiram aproximar-se do local que estava a arder, tal era a densidade da vegetação, em grande parte já seca e morta.
Foi primordial a intervenção preciosa do helicóptero, sem o qual talvez a situação tivesse evoluído muito mais perigosamente.
Ora, uma vez que o fogo não nasce por geração espontânea e os bombeiros não conseguem facilmente penetrar na mata no estado em que ela se encontra, é fácil de adivinhar que quem ali se embrenhou o fez com a clara determinação de o atear sem olhar a consequências.
Nos anos anteriores os bombeiros da Murtosa foram chamados a intervir naquela zona dezenas e dezenas de vezes. Sempre se suspeitou, face à forma, local e dispersão dos pontos de deflagração dos incêndios, que os mesmos tinham sido propositadamente ateados.
Depois de muitas horas de trabalho dos bombeiros, de rescaldos prolongadíssimos devido à manta morta existente nos solos muitas vezes com mais de trinta centímetros, tudo se repetiu, vezes sem conta, para gáudio dos criminosos e desespero dos soldados da paz.
Devemo-nos então conformar com este cenário de crime público totalmente impune?
Faz algum sentido afirmar sentir respeito pelos bombeiros e deixar estar tudo como está à espera que alguns mercenários e outros tantos loucos voltem a atacar?
Interessa a alguém encolher os ombros perante esta evidência, sabendo que a mata está naquele estado há tantos anos e que se degrada de ano para ano?
Na realidade, ainda que ninguém o queira reconhecer, os bombeiros são diariamente desprezados por todos aqueles que, tendo algum tipo de responsabilidade, nada fazem que contribua para minorar esta catástrofe.
O seu esforço é alvo de diário de reconhecimento público e de manifestações de respeito pela nobre e altruísta missão que desenvolvem em prol da sociedade.
Quanto mais penso no muito que tenho ouvido sobre a temática dos incêndios há mais de uma década, mais me convenço que muitas das pessoas com responsabilidade directa nessas questões evidenciam, antes de mais, uma enorme falta de respeito por estes homens e mulheres que diariamente arriscam a vida.
Quase sempre, à pergunta dos jornalistas acerca da origem deste ou daquele fogo, se ouve a resposta de que se trata, quase de certeza, de fogo posto.
Então se há neste país tantos pirómanos a soldo de interesses obscuros teremos nós de nos conformar com isso ano após ano, sem que nada lhes aconteça?
Na sexta-feira à tarde deflagrou mais um incêndio na Torreira, a poente da Colónia de Férias.
Só a muito custo, os nossos bombeiros conseguiram aproximar-se do local que estava a arder, tal era a densidade da vegetação, em grande parte já seca e morta.
Foi primordial a intervenção preciosa do helicóptero, sem o qual talvez a situação tivesse evoluído muito mais perigosamente.
Ora, uma vez que o fogo não nasce por geração espontânea e os bombeiros não conseguem facilmente penetrar na mata no estado em que ela se encontra, é fácil de adivinhar que quem ali se embrenhou o fez com a clara determinação de o atear sem olhar a consequências.
Nos anos anteriores os bombeiros da Murtosa foram chamados a intervir naquela zona dezenas e dezenas de vezes. Sempre se suspeitou, face à forma, local e dispersão dos pontos de deflagração dos incêndios, que os mesmos tinham sido propositadamente ateados.
Depois de muitas horas de trabalho dos bombeiros, de rescaldos prolongadíssimos devido à manta morta existente nos solos muitas vezes com mais de trinta centímetros, tudo se repetiu, vezes sem conta, para gáudio dos criminosos e desespero dos soldados da paz.
Devemo-nos então conformar com este cenário de crime público totalmente impune?
Faz algum sentido afirmar sentir respeito pelos bombeiros e deixar estar tudo como está à espera que alguns mercenários e outros tantos loucos voltem a atacar?
Interessa a alguém encolher os ombros perante esta evidência, sabendo que a mata está naquele estado há tantos anos e que se degrada de ano para ano?
Na realidade, ainda que ninguém o queira reconhecer, os bombeiros são diariamente desprezados por todos aqueles que, tendo algum tipo de responsabilidade, nada fazem que contribua para minorar esta catástrofe.
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