segunda-feira, agosto 29, 2005

Mais uma vez...

Os incêndios voltaram ao nosso Concelho.
Digo “os incêndios” porque deflagraram dois praticamente em simultâneo : um no Bunheiro, no lugar de Lagoas, e outro na Torreira, naquilo a que os bombeiros já chamam “o sítio do costume”, junto às colónias.
Não se podendo afirmar categoricamente pode-se dizer, pelo menos, que há fortes suspeitas de se tratar de fogo posto em ambos os locais.
No incêndio do Bunheiro, que depois também se estendeu à freguesia vizinha de Veiros, em Estarreja, os focos surgiram dispersos em vários locais.
À custa deste terrorismo caseiro, mobilizaram-se dez viaturas das duas corporações com cerca de meia centena de homens e um helicóptero, que combateram o fogo até cerca das dez da noite.
A esta hora ainda lá estão em operações de prevenção.
Ignorados pelos mirones, as televisões e as rádios, agora há que concentrar o interesse e as notícias noutras desgraças.
Mais uma vez se perderam árvores e bens pessoais. Mais uma vez se gastaram muitos recursos materiais e financeiros. Mais uma vez foi difícil obter água com rapidez para abastecer as viaturas (felizmente estávamos próximo da fábrica da Dow – Portugal que tem capacidade para encher rapidamente um auto-tanque). Mais uma vez a GNR deixou circular viaturas civis junto aos veículos de bombeiros em operação. Mais uma vez não se investigam as causas do fogo. Mais uma vez não se ouviu falar da protecção civil municipal. Mais uma vez se resolveu o problema sem se discutir o que correu mal e o que pode ser melhorado.
Mais uma vez ficou tudo na mesma.

2 comentários:

José Henriques disse...

Infelizmente pude constatar a inércia da Gnr, que em vez de libertar as estradas para os Bombeiros passarem, calmamante passearam por entre as estreitas ruas, provocando filas de transito.
Também observei o empenho de alguns populares que com os seus próprios meios, galhos e uma cisterna apagavam lado a lado com os Bombeiros.
Quanto a protecção civil...talvez ela apareça junto as eleições.
Mais uma vez deixou-se tudo para os OUTROS.

José Henriques

João Cruz disse...

Diria que existe um grupo de pessoas que colectivamente pouco fazem.