terça-feira, agosto 30, 2005

Torreira tem de ser 12 meses por ano

Quando queremos falar de turismo sabemos que há múltiplos aspectos que influenciam o seu dinamismo e que o podem tornar no pulmão do desenvolvimento duma terra ou mesmo duma região.
Para a Murtosa não estou a ver outro jeito senão explorar este filão a sério.
Uma das facetas mais fortes do desenvolvimento turístico prende-se com a animação nocturna.
Quer queiramos quer não, um pólo turístico que não tem oferta que se estenda até de madrugada, está condenado a perder gente, e em particular gente nova.
É isso que acontece na Torreira.
É claro que quem tem a responsabilidade de passar as licenças de porta aberta pode sempre remar contra a maré e dizer que as pessoas, jovens e menos jovens, têm de se deitar a horas ditas decentes para depois poderem acordar no dia seguinte com a cabeça fresca.
Do meu ponto de vista, podem pensar assim mas é arriscado colocar esse pensamento em prática no momento em que decidem o encerramento de um bar de praia que está longe das residências a partir das 2 ou 3 da manhã.
Os bares de praia e os estabelecimentos de animação nocturna na Torreira que não interfiram com o descanso dos residentes deviam poder estar abertos até de madrugada, reservando-se apenas um período de duas horas de fecho para limpezas.
A exploração é privada e é às empresas que cabe saber se é rentável ou não abrir até mais tarde.
Os horários estipulados administrativamente ou o tratamento por igual são sempre nefastos nas sociedades modernas.
De igual forma, os bares de praia deviam ter possibilidade de aumentar de volumetria e possuir estruturas amovíveis que os tornassem totalmente cobertos. Só assim poderiam prolongar o seu funcionamento tanto para a noite como para o Inverno.
É desta forma que por exemplo na Foz do Douro se pode jantar agradavelmente em frente ao mar durante todo o ano.
Será que o Porto tem direito a explorar a paisagem mais do que a Murtosa ou são as pessoas do Porto que têm outro tipo de visão sobre o turismo?
Uma praia com o potencial da nossa não se pode restringir a dois meses por ano e não há que ter receio de implementar infra-estruturas novas, atraentes, com horário alargado e que mexam com as pessoas.
Em Espanha, a movida nocturna faz vibrar inúmeras zonas com muito menos potencial que a nossa.
Espero, muito sinceramente, que pessoas com ideias mais arejadas que fazem parte das duas principais candidaturas não se esqueçam disto e que combatam o imobilismo e o cinzentismo que nos tem caracterizado, de alguma forma, neste âmbito do turismo.

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