Há mais de uma década que observo com muita atenção a frequência, a intensidade e a grau de devastação causados pelos incêndios que assolam o nosso país.
De tanto ouvir pessoas entendidas na matéria mostrar à evidência as principais causas destas nefastas ocorrências custa-me, como a qualquer cidadão, perceber porque é que tudo continua na mesma ou pior.
Parece-me que o maior problema que obvia à diminuição drástica dos fogos se assemelha em tudo à incapacidade de Portugal virar o seu rumo em direcção ao crescimento económico dos seus parceiros europeus : não atacar os problemas naquilo que é essencial!
Nos últimos dez anos, as despesas do Estado no combate aos fogos cresceu desmesuradamente tanto no que toca ao apetrechamento dos Corpos de Bombeiros como ao uso dos meios aéreos, como, inclusivamente, ao pagamento dos grupos de intervenção durante os meses de verão.
Se assim é, serão suficientes os efeitos de um progressivo abandono das florestas e de factores climáticos extremos mais frequentes, para que os resultados não se façam sentir?
Penso que não.
Coordenar o combate a um incêndio de grande dimensão e a logística que o envolve é uma tarefa que se tem de realizar com rapidez, eficiência, profissionalismo e capacidade técnica.
Quando o planeamento e a disposição das forças e dos meios no terreno, por maiores e mais bem apetrechadas que elas sejam, não forem feitos num muito reduzido espaço de tempo, estaremos perante a uma situação de combate a um cancro feito depois da doença já se ter disseminado pelo sangue.
Se já a detecção dos focos de incêndio é tantas vezes tardia, pior se torna para a gravidade da situação cada minuto que passa sem que o combate comece de uma forma organizada e eficaz.
O que é que se pode esperar quando os reforços vindos dos mais diversos pontos do país, tantas vezes algumas horas depois do incêndio deflagrar, são chamados a intervir para zonas onde nem sequer conhecem as estradas para lá chegar.
E se não conhecem as estradas que muitas vezes mal vêem no mapa, quanto mais conhecer o terreno e as suas características?
Efectivamente, a vida dos bombeiros voluntários e a sua capacidade de intervir dependem decisivamente da coordenação do comando operacional.
E por isso tenho perguntado muitas vezes a mim próprio como é possível que os sucessivos governos continuem a apostar em estabelecer centenas de grupos de primeira intervenção nos quartéis, sem que os seus comandos sejam profissionais e dedicados a tempo inteiro à missão de organizar e estabelecer os métodos e processos de combate e a sua logística?
O combate aos fogos e a tantos outros sinistros não poderá passar, a médio-longo prazo, sem as dezenas de milhar de bombeiros voluntários que todos os dias se dedicam à salvaguarda dos bens e das vidas dos cidadãos.
Mas terá que passar, a muito curto prazo, pela profissionalização dos comandantes e a interacção efectiva com as Câmaras Municipais para que não hajam hesitações nem demoras desnecessárias que acabam por se reflectir nestes dramas nefastos.
De tanto ouvir pessoas entendidas na matéria mostrar à evidência as principais causas destas nefastas ocorrências custa-me, como a qualquer cidadão, perceber porque é que tudo continua na mesma ou pior.
Parece-me que o maior problema que obvia à diminuição drástica dos fogos se assemelha em tudo à incapacidade de Portugal virar o seu rumo em direcção ao crescimento económico dos seus parceiros europeus : não atacar os problemas naquilo que é essencial!
Nos últimos dez anos, as despesas do Estado no combate aos fogos cresceu desmesuradamente tanto no que toca ao apetrechamento dos Corpos de Bombeiros como ao uso dos meios aéreos, como, inclusivamente, ao pagamento dos grupos de intervenção durante os meses de verão.
Se assim é, serão suficientes os efeitos de um progressivo abandono das florestas e de factores climáticos extremos mais frequentes, para que os resultados não se façam sentir?
Penso que não.
Coordenar o combate a um incêndio de grande dimensão e a logística que o envolve é uma tarefa que se tem de realizar com rapidez, eficiência, profissionalismo e capacidade técnica.
Quando o planeamento e a disposição das forças e dos meios no terreno, por maiores e mais bem apetrechadas que elas sejam, não forem feitos num muito reduzido espaço de tempo, estaremos perante a uma situação de combate a um cancro feito depois da doença já se ter disseminado pelo sangue.
Se já a detecção dos focos de incêndio é tantas vezes tardia, pior se torna para a gravidade da situação cada minuto que passa sem que o combate comece de uma forma organizada e eficaz.
O que é que se pode esperar quando os reforços vindos dos mais diversos pontos do país, tantas vezes algumas horas depois do incêndio deflagrar, são chamados a intervir para zonas onde nem sequer conhecem as estradas para lá chegar.
E se não conhecem as estradas que muitas vezes mal vêem no mapa, quanto mais conhecer o terreno e as suas características?
Efectivamente, a vida dos bombeiros voluntários e a sua capacidade de intervir dependem decisivamente da coordenação do comando operacional.
E por isso tenho perguntado muitas vezes a mim próprio como é possível que os sucessivos governos continuem a apostar em estabelecer centenas de grupos de primeira intervenção nos quartéis, sem que os seus comandos sejam profissionais e dedicados a tempo inteiro à missão de organizar e estabelecer os métodos e processos de combate e a sua logística?
O combate aos fogos e a tantos outros sinistros não poderá passar, a médio-longo prazo, sem as dezenas de milhar de bombeiros voluntários que todos os dias se dedicam à salvaguarda dos bens e das vidas dos cidadãos.
Mas terá que passar, a muito curto prazo, pela profissionalização dos comandantes e a interacção efectiva com as Câmaras Municipais para que não hajam hesitações nem demoras desnecessárias que acabam por se reflectir nestes dramas nefastos.
1 comentário:
Não quereria dizer "papel de embrulho", até porque em 99% dos casos nem chegam a ser activados.
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