quarta-feira, setembro 21, 2005

À vista de todos

Esta manhã, ainda bem cedo, ouvi na rádio uma entrevista a uma humilde criadora de ovelhas duma terra alentejana que só não me surpreendeu porque há muito vivo a convicção que ainda faltam décadas para que do nosso país sejam erradicados os “chicos espertos” e os “oportunistas”.
Dizia ela, com a sua pouca instrução escolar, mas carregadinha do saber popular, que os subsídios que vêem da União Europeia para ajudar os criadores de gado afectados pela seca, deviam ser dadas em géneros e consoante o número de animais registados nas cooperativas de que cada um dispunha.
Só assim, dizia ela… “seria possível acabar com os agricultores que preferiam deixar morrer os animais à fome e à sede para continuarem a comprar jeep’s e grandes carros, e a passar férias no bom e no melhor”…
Sem tirar nem pôr, aquela alentejana punha a nu a triste realidade daquilo que continua a passar-se em Portugal à vista e com o conhecimento de tanta gente.
O que se passa no Alentejo profundo passa-se em muitos outros pontos do país onde a influência política e o favorecimento pessoal proporcionado por algumas pessoas mal formadas, procura chamar a si e aos seus amigos proveitos que nunca conseguiriam por mérito próprio nem pela força do seu trabalho.

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