quarta-feira, outubro 26, 2005

Gripe das Aves - Portugal está em "alerta pandémico"

Por indicação da Direcção-Geral de Saúde, Portugal está na fase três do alerta pandémico face ao risco da gripe das aves através do vírus H5N1.
Este alerta é lançado sempre que exista risco de "infecção humana com um novo subtipo de vírus", mas não tenha sido "detectada transmissão pessoa-a-pessoa".
Uma pandemia de gripe acontece entre espaços de algumas décadas e verifica-se quando surge um novo vírus da gripe, para o qual os humanos ainda não criaram anticorpos.
Normalmente, este tipo de vírus espalha-se da mesma forma que a gripe normal, através da tosse e do espirro. O facto de as pessoas não terem ainda defesas contra o novo vírus e poder não haver imediatamente disponível uma vacina eficaz, faz com que as manifestações da doença sejam mais violentas e que a expansão do contágio seja mais fácil e rápida.
No século XX houve três pandemias de gripe : Gripe Espanhola (1918); Gripe Asiática (1957) e Gripe de Hong Kong (1968). A mais mortífera foi a de 1918, a seguir ao fim da 2.ª Guerra Mundial, tendo-se contabilizado cerca de 30 milhões de mortos, sobretudo entre adultos jovens.
O principal veículo de alastramento do vírus são as aves migratórias que o transmitem às aves domésticas e estas, por sua vez, transmitem-no ao ser humano
Em Bruxelas, o comissário europeu para a Saúde já afirmou que a Europa tem de estar preparada para a eventualidade de uma pandemia ligada à gripe das aves ou outro vírus e instou os estados-membros a tornarem esta questão prioritária. Portugal já comprou fármacos para proteger cerca de 25 por cento da população, o que vai custar ao Estado 22,58 milhões de euros.

Recomendações da DGS para o Público em geral :

a) Evitar o contacto com aves doentes (galinhas, gansos, patos, etc.) ou outro tipo de animais que levantem suspeitas relativamente ao seu estado de saúde;
b) Lavar sempre as mãos com água e sabão, após manusear qualquer tipo de aves ou outros animais;
c) Evitar a promiscuidade entre alimentos crus e cozinhados;
d) Lavar convenientemente todos os utensílios de cozinha (incluindo bancas e bancadas, pranchas para corte de alimentos, talheres, etc.), antes da sua reutilização na preparação de outros alimentos;
e) Consumir somente alimentos devidamente cozinhados e quentes;
f) Reforçar a adopção de medidas gerais de higiene individual (por exemplo, lave sempre as mãos com sabão, depois de utilizar os sanitários e antes de cozinhar ou preparar qualquer tipo de alimentos) e colectiva (por exemplo, não tussa nem espirre na direcção de outras pessoas e "proteja" sempre a tosse e o espirro com lenços, descartáveis de preferência);
g) Manter uma dieta equilibrada, fazendo regularmente exercício físico e tendo períodos de repouso suficientes, de modo a manter as defesas imunológicas do organismo;
h) Evitar espaços fechados e sem ventilação natural adequada, bem como espaços fechados com grande concentração de pessoas.

Recomendações da DGS para manipuladores de aves :

a) Reduzir ao mínimo o contacto directo com aves;
b) Caso esse contacto não possa ser evitado, lavar sempre as mãos com água e sabão após o manuseamento das aves. Durante o manuseamento de aves e gaiolas, ou sempre que for efectuada a sua limpeza (ou de outros espaços utilizados por aves), procurar utilizar luvas de borracha descartáveis. Após a remoção das luvas, lavar sempre as mãos com água e sabão;
c) Durante os períodos de trabalho em locais onde existam aves, usar vestuário adequado para protecção adicional (por exemplo, sapatos/botas de borracha, batas e/ou aventais). Este vestuário deve ser removido ao sair do local e nunca deve ser utilizado para outras actividades ou para andar em áreas onde existam outras pessoas (por exemplo, ruas ou outros locais públicos);
d) Usar máscaras de papel e vestuário adequado (por exemplo, sapatos/botas de borracha, batas e/ou aventais), sempre que manusear carcaças ou outros produtos orgânicos de aves.

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