Cavaco Silva apresentou publicamente a sua candidatura à Presidência da República.
No fundo oficializou aquilo que era evidente, numa clara afirmação de que é ele que marca o seu próprio calendário político.
Por isso mesmo apareceu ladeado apenas por dez bandeiras nacionais, quiçá acreditando já nos dois mandatos que admite vir a desempenhar.
O Professor conseguiu uma coisa que só não é inédita em Portugal, porquanto também já uma vez ele próprio o fez : estar omnipresente na imprensa sem dizer uma única palavra sobre o seu futuro político, em absoluto contraste com os restantes candidatos que têm de inventar eventos para que os jornais, as rádios e as televisões lá apareçam a falar com eles.
Invariavelmente, nessas alturas, Cavaco aparecia como um fantasma por de trás dos outros candidatos.
No momento que achou mais conveniente, liberto dos resultados das autárquicas que por acaso até foram favoráveis ao PSD, dispensado de se manifestar sobre o referendo à interrupção voluntária da gravidez, Cavaco Silva surge para “ajudar a construir um futuro melhor para os portugueses, combater a descrença e o pessimismo das populações, e acabar com o afastamento do nível de desenvolvimento económico relativamente aos parceiros da EU e da Espanha (sic)”.
Em que medida poderá ele ser interventivo nestas matérias é difícil de dizer, sabendo-se que elas são essencialmente do foro do Governo e que o candidato não se cansa de afirmar que não pretende de forma alguma extravasar as competências do PR.
Cavaco diz que se candidata por aglutinar quatro condições que considera essenciais:
- pelo conhecimento que tem da sociedade e da realidade portuguesa;
- pelo conhecimento do quadro internacional em que Portugal se insere;
- pela experiência e conhecimento da vida política nacional e internacional;
- pela vontade que o anima e responsabilidade pelas gerações mais novas para que tenham uma janela de oportunidade e não uma pesada herança.
Das quatro condições que enuncia como motivação da candidatura, Cavaco vale, sobretudo, pela última em relação a Soares.
Cavaco procura falar do futuro, não é homem que busque honrarias para se animar, não persegue objectivos de ambição pessoal, afirma-se livre e independente de partidos.
Todos nós temos de ter preferências no momento das eleições, mesmo que isso signifique não votar por não se identificar com nenhum dos projectos.
As eleições presidenciais ao contrário das legislativas são muito personalizadas. Vamos escolher apenas e somente uma pessoa por aquilo que ela vale e por aquilo que pensa.
Como alguns candidatos quererão, a disputa eleitoral não se deve transformar numa luta de gladiadores em que a perícia, a fuga, a arte, a ilusão, o jogo das palavras, sejam os trunfos do vencedor.
A disputa presidencial é entre Cavaco Silva e Mário Soares. Os outros candidatos funcionarão como aquelas mãos cheias de areia que os gladiadores mais cansados e desesperados atiravam aos olhos dos vencedores para os confundir e atrapalhar na esperança de os conseguir ferir de morte com um golpe de sorte.
Três meses ainda são muito tempo, mas Cavaco e Soares são conhecidos demais para que os portugueses precisem de os conhecer melhor e tomar uma decisão.
É o governo do partido que apoia a candidatura de Soares que poderá vir a ter o papel de criar factos políticos que façam os portugueses temer por uma eleição que destabilize a governação.
Não acredito que Sócrates queira ir por aí. Mas a história diz-nos que o PS só teve um líder carismático em Mário Soares e que há muitas cabeças a tomar decisões naquele partido sem que o líder os consiga controlar.
Vamos ver. Ainda a procissão vai no adro.
No fundo oficializou aquilo que era evidente, numa clara afirmação de que é ele que marca o seu próprio calendário político.
Por isso mesmo apareceu ladeado apenas por dez bandeiras nacionais, quiçá acreditando já nos dois mandatos que admite vir a desempenhar.
O Professor conseguiu uma coisa que só não é inédita em Portugal, porquanto também já uma vez ele próprio o fez : estar omnipresente na imprensa sem dizer uma única palavra sobre o seu futuro político, em absoluto contraste com os restantes candidatos que têm de inventar eventos para que os jornais, as rádios e as televisões lá apareçam a falar com eles.
Invariavelmente, nessas alturas, Cavaco aparecia como um fantasma por de trás dos outros candidatos.
No momento que achou mais conveniente, liberto dos resultados das autárquicas que por acaso até foram favoráveis ao PSD, dispensado de se manifestar sobre o referendo à interrupção voluntária da gravidez, Cavaco Silva surge para “ajudar a construir um futuro melhor para os portugueses, combater a descrença e o pessimismo das populações, e acabar com o afastamento do nível de desenvolvimento económico relativamente aos parceiros da EU e da Espanha (sic)”.
Em que medida poderá ele ser interventivo nestas matérias é difícil de dizer, sabendo-se que elas são essencialmente do foro do Governo e que o candidato não se cansa de afirmar que não pretende de forma alguma extravasar as competências do PR.
Cavaco diz que se candidata por aglutinar quatro condições que considera essenciais:
- pelo conhecimento que tem da sociedade e da realidade portuguesa;
- pelo conhecimento do quadro internacional em que Portugal se insere;
- pela experiência e conhecimento da vida política nacional e internacional;
- pela vontade que o anima e responsabilidade pelas gerações mais novas para que tenham uma janela de oportunidade e não uma pesada herança.
Das quatro condições que enuncia como motivação da candidatura, Cavaco vale, sobretudo, pela última em relação a Soares.
Cavaco procura falar do futuro, não é homem que busque honrarias para se animar, não persegue objectivos de ambição pessoal, afirma-se livre e independente de partidos.
Todos nós temos de ter preferências no momento das eleições, mesmo que isso signifique não votar por não se identificar com nenhum dos projectos.
As eleições presidenciais ao contrário das legislativas são muito personalizadas. Vamos escolher apenas e somente uma pessoa por aquilo que ela vale e por aquilo que pensa.
Como alguns candidatos quererão, a disputa eleitoral não se deve transformar numa luta de gladiadores em que a perícia, a fuga, a arte, a ilusão, o jogo das palavras, sejam os trunfos do vencedor.
A disputa presidencial é entre Cavaco Silva e Mário Soares. Os outros candidatos funcionarão como aquelas mãos cheias de areia que os gladiadores mais cansados e desesperados atiravam aos olhos dos vencedores para os confundir e atrapalhar na esperança de os conseguir ferir de morte com um golpe de sorte.
Três meses ainda são muito tempo, mas Cavaco e Soares são conhecidos demais para que os portugueses precisem de os conhecer melhor e tomar uma decisão.
É o governo do partido que apoia a candidatura de Soares que poderá vir a ter o papel de criar factos políticos que façam os portugueses temer por uma eleição que destabilize a governação.
Não acredito que Sócrates queira ir por aí. Mas a história diz-nos que o PS só teve um líder carismático em Mário Soares e que há muitas cabeças a tomar decisões naquele partido sem que o líder os consiga controlar.
Vamos ver. Ainda a procissão vai no adro.
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