segunda-feira, novembro 07, 2005

Nos arredores de Paris continuam, há 11 dias sucessivos, a ocorrer violentos distúrbios contra alvos indiscriminados, destruição de carros e assaltos a lojas e estabelecimentos comerciais, provocados por grupos de jovens de famílias emigrantes, sobretudo de origem árabe e africana.
Apesar de deter diariamente dezenas de rapazes entre os 16 e os 24 anos, desempregados e sem expectativas de virem alguma vez a obter condições de vida dignas naquele país, a polícia não consegue suster a violência nem acalmar a situação.
Pelo que tenho lido e ouvido, julgo que a espiral de destruição vai crescer e a instabilidade aumentar drasticamente. A política francesa é demasiado tolerante para reprimir estes actos com a dureza que eles merecem.
A economia francesa atravessa uma grave crise, o desemprego subiu significativamente nos últimos anos, o número de emigrantes não pára de crescer, e a indústria não absorve tanta mão-de-obra disponível.
Mas o pior, penso eu, é que muito provavelmente Paris pode estar a servir de balão de ensaio para distúrbios semelhantes noutros países europeus onde também os jovens emigrantes não vêem resposta aos seus anseios.
Por sinal, as igrejas muçulmanas de Paris correram a repudiar esta violência e a incitar os jovens a parar com este tipo de vandalismo que é contra as leis do Islão.
Estarão elas a temer o aproveitamento das organizações terroristas que estarão já por detrás desta agitação?

Sem comentários: