terça-feira, novembro 01, 2005

Terramoto

Invariavelmente, no dia 1 de Novembro, os media tão uma cobertura imensa ao terramoto que arrasou Lisboa em 1755.
Este ano, assinalando a efeméride da passagem dos 250 anos sobre aquela data, foram publicadas perto de uma dezena de obras sobre o assunto.
Há tanto que ler sobre o terramoto que não vou maçar os leitores sobre as causas e as consequências da catástrofe natural mais violenta que se conhece atingindo território nacional, com efeitos que se alastraram até ao sul de França e ao norte de África.
Neste dia, todos os anos, alguns jornalistas repetem as perguntas mais estúpidas que pode haver sobre o acontecimento :
- “Acha que Lisboa está hoje preparada para enfrentar um sismo igual a este?”
- “Quantos pessoas podem morrer num terramoto se ele acontecer hoje em Lisboa?”
- “Os hospitais estão preparados para acorrer a uma catástrofe com estas dimensões?”
-“Sabendo-se que estes fenómenos ocorrem ciclicamente de 250 em 250 anos acha que os planos de prevenção estão prontos que evitar a catástrofe?”
Também alguns entrevistados não resistem a dizer algumas barbaridades equiparadas à anormalidade das perguntas.
Deixando de lado o drama em si, uma das coisas que acho mais curiosa é o conjunto de expressões que usamos no nosso dia a dia que têm origem naquele acontecimento.
Por exemplo : “foi tal o barulho que parecia que caía o Carmo e a Trindade” numa clara alusão à derrocada dos conventos com aquele nome.
Várias exemplos podem ser encontrados no Dicionário de Expressões Populares Portuguesas, de Guilherme Augusto Simões (ed. Perspectivas & Realidades, Lisboa), do qual, lamentavelmente, não disponho.
Se souber de alguma expressão que possa enriquecer este post, todos ficamos a agradecer.

Sem comentários: