quarta-feira, janeiro 25, 2006

Lucros a sério

O Banco Comercial Português anunciou ontem ter atingido em 2005 os lucros líquidos mais altos de sempre : qualquer coisa como 753,5 milhões de euros segundo noticia a imprensa, que representaram uma subida de 24,2% face ao ano passado.
Mais 8,3 % no crédito sobre clientes (sobretudo devido ao crédito à habitação), mais 6,9% nas comissões, mais 31,7% na actividade no estrangeiro, a redução de 989 postos de trabalho e as mais-valias decorrentes da alienação de activos foram os principais responsáveis destes resultados.
Para termos uma ideia desta ordem de grandeza, compare-se o lucro do maior banco privado português com os orçamentos para 2006 de alguns ministérios deste governo : Ministério dos Negócios Estrangeiros 336 milhões de euros; Ministério da Justiça 887 milhões de euros; Ministério do Ambiente 310 milhões de euros; Ministério da Economia e Inovação 240 milhões de euros; Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas 516 milhões de euros; Ministério da Cultura 190 milhões de euros.
Não tenho dúvida nenhuma que a gestão daquela instituição deve ser do melhor que há na Europa (ou não fosse ter ganho diversos prémios da especialidade), mas gostava de perguntar ao Sr. Primeiro-Ministro para quando lhe virá a coragem de acabar de vez com os benefícios fiscais atribuídos aos bancos em sede de IRC e os põe a pagar o imposto como os restantes contribuintes empresariais, acabando com a vergonha destes privilégios?

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