Um dia o nosso Presidente em fim de mandato mandou um recado ao então primeiro-ministro Durão Barroso : “Atenção, que há mais vida para além do défice!”
Era então ministra da Finanças a Dra. Manuela Ferreira Leite, pessoa com cara de poucos amigos e nada dada à engorda da despesa pública.
Passados uns anos, e com outros actores em cena, ouvi hoje no telejornal que o governo se prepara para fechar mais de 4.000 escolas do ensino básico até ao final da legislatura por manifesta falta de crianças em idade escolar em determinadas terras do nosso pobre País.
Não que não haja crianças nas terras onde essas escolas existem. O que há são poucas crianças! Naturalmente que a concepção de “poucas”, “muitas” ou "suficientes” está directamente relacionada com o malfadado défice. Sim, esse mesmo a que Jorge Sampaio então se referia!
Aos poucos, o défice entranhou-se na mente dos portugueses acabando definitivamente com aquilo que pensávamos ser o “serviço público” ou o “direito à educação”.
Então faz lá sentido na cabeça de alguém que haja uma escola primária a funcionar numa aldeia onde apenas habitam meia dúzia de crianças? Quase apetece dizer : será que faz sentido continuar a existir essa mesma aldeia?
Fazer até faz, mas era se não houvesse o défice por resolver. Com ele mesmo à nossa frente, quem é o ministro que se preze que está disposto a pagar o ordenado a uma professora para ensinar apenas meia dúzia de gaiatos? Se ao menos ainda fosse uma vintena…
Afinal, só a avó de uma criança numa dessas aldeias seria incapaz de compreender a razão pela qual o neto ia passar no futuro a ter de se levantar quase de madrugada para apanhar uma carrinha que o levaria até à nova escola e depois o traria à noite.
Ao fim e ao cabo, o que se vai passar com as escolas do ensino básico, é capaz de se repetir com os serviços de saúde, e com tudo o mais que agrave o défice.
De seres humanos vamos passando a meros elementos estatísticos que prejudicam ou melhoram o défice. Sejam os governos da banda de cá ou da banda de lá!
Era então ministra da Finanças a Dra. Manuela Ferreira Leite, pessoa com cara de poucos amigos e nada dada à engorda da despesa pública.
Passados uns anos, e com outros actores em cena, ouvi hoje no telejornal que o governo se prepara para fechar mais de 4.000 escolas do ensino básico até ao final da legislatura por manifesta falta de crianças em idade escolar em determinadas terras do nosso pobre País.
Não que não haja crianças nas terras onde essas escolas existem. O que há são poucas crianças! Naturalmente que a concepção de “poucas”, “muitas” ou "suficientes” está directamente relacionada com o malfadado défice. Sim, esse mesmo a que Jorge Sampaio então se referia!
Aos poucos, o défice entranhou-se na mente dos portugueses acabando definitivamente com aquilo que pensávamos ser o “serviço público” ou o “direito à educação”.
Então faz lá sentido na cabeça de alguém que haja uma escola primária a funcionar numa aldeia onde apenas habitam meia dúzia de crianças? Quase apetece dizer : será que faz sentido continuar a existir essa mesma aldeia?
Fazer até faz, mas era se não houvesse o défice por resolver. Com ele mesmo à nossa frente, quem é o ministro que se preze que está disposto a pagar o ordenado a uma professora para ensinar apenas meia dúzia de gaiatos? Se ao menos ainda fosse uma vintena…
Afinal, só a avó de uma criança numa dessas aldeias seria incapaz de compreender a razão pela qual o neto ia passar no futuro a ter de se levantar quase de madrugada para apanhar uma carrinha que o levaria até à nova escola e depois o traria à noite.
Ao fim e ao cabo, o que se vai passar com as escolas do ensino básico, é capaz de se repetir com os serviços de saúde, e com tudo o mais que agrave o défice.
De seres humanos vamos passando a meros elementos estatísticos que prejudicam ou melhoram o défice. Sejam os governos da banda de cá ou da banda de lá!
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