Nesta época do ano é normal as pessoas cruzarem-se na rua e desejarem as “Boas Festas”, ou um “Bom Natal”, ou um “Bom Ano”. O significado das expressões é extremamente vago mas, pelo menos, procura evidenciar um desejo de que o jantar seja farto, as prendinhas sejam boas, o frio seja pouco, e o próximo ano seja melhor do que o que agora finda.
Com os telemóveis, os sms’s, os e-mail’s, e os mms’s, os cartões de boas festas perderam a actualidade e ficam a jazer nas caixas das papelarias como se de uma antiguidade se tratasse.
De 24 para 25, entre uma garfada de bacalhau e uma trincadela nas couves, chovem continuamente os apitos dos “celulares” avisando a chegada de nova mensagem de um amigo/a que se lembrou de nós ou nos incluiu numa mais ou menos vasta lista de distribuição para receber “as broas virtuais”.
Mudam-se os tempos…
Os meus pensamentos neste dia vão para aqueles familiares mais próximos que já partiram e que não podem estar connosco neste dia que dedicamos em especial à família.
Vão também para todos aqueles que desprendidamente se privam do bem-estar do próprio lar para acudir o próximo, em particular para os bombeiros voluntários.
Vão igualmente para todos os que padecem com a fome, com a guerra, com a dor ou com o sofrimento.
Seria bom que os nossos desejos de “Boas Festas”, “Bom Natal”, e “Bom Ano” fossem direitinhos para estas pessoas. Que o valor dos nossos sms’s, e-mail’s, e mms’s revertessem para lhes dar um pouco mais de conforto.
Seria bom que o nosso mundo fosse outro mundo muito mais solidário.
Enquanto isso não acontece…desejo a todos um dia Feliz.