Raramente dedico muito tempo a ver televisão.
Raramente a televisão mostra aquilo que algumas pessoas conseguem fazer muito bem e à custa de muito trabalho, esforço e dedicação.
Raramente a televisão mostra outra coisa que não seja futebol, política, guerra, crime, intriga, ou qualquer outra coisa que esteja ao alcance de qualquer um.
Felizmente, a RTP editou o concurso “Aqui há talento” e não cedeu àqueles concursos idiotas que já vão na enésima edição em metade dos países europeus e que não acrescentam nada à valorização das pessoas e das sociedades.
Há muito tempo que já não parava no sofá deliciado a ver como há portugueses fantásticos, de todas as idades, prontos a revelar que são tão bons ou melhores do que qualquer dos melhores no mundo.
Foi uma das poucas vezes (senão a única) em que dei por mim a pegar no telefone e a votar no melhor. Foi também uma das poucas vezes (senão mesmo a única) em que dei por mim com pena de não poder votar três vezes nos três melhores.
No meio de tanta gente que entope as rádios e as televisões e que não tem valor nenhum (apesar de estar convencida que sim) o “Aqui há talento” da RTP foi um verdadeiro arco-íris no meio da tempestade do dia a dia.
Com um bocado de sorte, pode ser que venham depressa novas edições.
Espero muito sinceramente que os produtores (e no júri parece que há um de craveira) peguem nestes talentosos valores nacionais e que lancem grandes espectáculos que serão, de certeza, vistos com muito agrado e admiração em qualquer parte do mundo.
Em Portugal há muito talento. Deixem passar quem o tem!