Durante muitos anos os pescadores da Torreira queixaram-se da falta de condições para o estacionamento das suas embarcações.
Quando trabalhei, quer na Capitania do Porto de Aveiro, quer na Junta Autónoma do Porto de Aveiro (mais tarde APA, S.A.) constatei algumas situações em que a intempérie causou prejuízos tanto nas bateiras e chinchorros como nas artes de pesca.
O investimento feito na Torreira pela JAPA na chamada Marina dos Pescadores foi bastante avultado, e apesar de, eventualmente, poder não apresentar a estrutura mais adequada aos utilizadores (sendo no entanto a que menos impactos ambientais acarretou), certo é que veio acabar com os problemas de muitos pescadores ao longo de décadas.
Inclusivamente, aquela marina transformou-se num local onde o espectáculo de cores reflectidas no espelho de água passou a chamar à beira-ria inúmeros passeantes.
Ao mesmo tempo, a ponte-cais junto ao Café Guedes (como é conhecido pelas gentes da terra), foi demolida e colocado naquele lugar um passadiço flutuante para acesso e atracação momentânea das pessoas que, em embarcações de recreio, ali pretendem acostar de passagem.
Mas ao longo dos anos, alguns pescadores, felizmente poucos, considerando-se provavelmente mais donos da Ria do que os outros, insistem em não deixar os antigos locais de amarração, não hesitando em passar cabos à ponte cais, e utilizando-a selvaticamente para lavagem e limpeza das artes.
E, à vista de todos, fizeram a sua própria lei e mantê-la-ão até que a podridão e o mau aspecto tome conta daquela estrutura.
Depois far-se-ão manifestações e pressões políticas ao nível local para que alguém, preferindo desbaratar o dinheiro dos nossos impostos a ouvir uma dúzia de impropérios, reponha tudo de novo para que a história se repita.
E toda a gente continua a fazer de conta que não vê este triste espectáculo.
1 comentário:
concordo! passam a vida a queixarem se k naum ha espaço...e kuando têm ocupam-no todo e nao deixam para os outros! cromos é o k mais existe a face da terra!
SaRa
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