Em campanha eleitoral, disparam promessas de redimensionamento dos executivos, sempre no sentido do emagrecimento e da descentralização, claro está.
Com a vitória no papo, é normal que os eleitos as esqueçam no fundo da gaveta devido aos séquitos que há para alojar no maior número de gabinetes possível.
As promessas são para pagar, mas nunca ao povo, para quem não sabe.
Sem aspirar a inventor, fui em busca do esquema governativo dos EUA.
Concluí que, se eles com aquele tamanho se governam com 15 ministros, nós podíamos fazer a festa dispensando pelo menos dois deles, e só eram precisos no máximo 13.
Então, porque será que nós precisamos de tanta gente?
Com a vitória no papo, é normal que os eleitos as esqueçam no fundo da gaveta devido aos séquitos que há para alojar no maior número de gabinetes possível.
As promessas são para pagar, mas nunca ao povo, para quem não sabe.
Sem aspirar a inventor, fui em busca do esquema governativo dos EUA.
Concluí que, se eles com aquele tamanho se governam com 15 ministros, nós podíamos fazer a festa dispensando pelo menos dois deles, e só eram precisos no máximo 13.
Então, porque será que nós precisamos de tanta gente?
6 comentários:
Nao tentando ser um "expert" na materia (longe disso), nao podia ficar sem me pronunciar sobre o assunto. Eu creio que as diferencas entre as estruturas politicas dos dois paises tem a ver, essencialmente, com a descentralizacao real do poder politico. Por ca, e sem tentar "puxar a brasa p'ra esta sardinha", as decisoes que afectam a qualidade de vida das pessoas sao feitas com mais incidencia a nivel local, quer sejam por parte dos representantes do povo nos municipios quer sejam por parte dos representantes do povo a nivel estatal. Por ca, os Presidentes de Camara, vereadores, Deputados Estatais, Governadores, etc., nao necessitam do aval do Governo para decidirem sobre situacoes que afectam, duma forma ou doutra, a vida das pessoas. O Governo Central (Federal) so interfere em materias como economia, defesa do pais, declaracao de guerra ( que nem sempre e credivel), etc., e dentro das normas permitidas pela Constituicao do pais. O poder politico esta altamente descentralizado. Seria impossivel, dentro deste sistema politico, haver o escandalo da colocacao dos professores ou o pesadelo do peso da Administracao Publica na balanca economica do pais. Por isso, e devido as responsabilidades politicas a nivel local nao sao precisos tantos Ministerios (Departamentos). No entanto, em nome da chamada independencia estatal, ( states' rights) criam-se, muitas vezes, solucoes diferentes para problemas comuns, o que nao e muito bom. Como ja viram, sou um apaixonado por assuntos como este que tem "pano p'ra muitas mangas" e que, quer queiramos quer nao, tem um enorme impacto na vida das pessoas.
Desculpem nao tere assinado o comentario. E desculpem, tambem, a falta de acentos.
Ter (nao tere). O erro, neste caso, foi meu. Novamente, as minhas desculpas.
A descentralização das decisões para o poder autárquico (local)tem sido claramente decisiva para a resolução de problemas que a nível nacional nem se conseguem quase identificar. No entanto, as estruturas funcionais de topo do poder autárquico não têm sofrido alterações. Tomando como exemplo a Murtosa, a autarquia continua hoje a contar apenas com um Presidente e um Vereador a tempo inteiro, o que já acontecia há trinta anos atrás. Ora, com a crescente transferência de competências que têm ocorrido, é impossível manter um elevado nível de acompanhamento de todas as matérias, ficando muitas medidas que são eminentemente politicas, na mão dos quadros técnicos não políticos, esses sim alargando constantemente. A diferenciação do tratamento dado a determinado assunto pode por um lado ser negativa mas por outro, também ser positiva por levar em linha de conta as especificidades de cada zona. Há uns anos, um alto responsável pelo sistema de saúde americano foi confrontado com as opiniões dos seus homólogos portugueses que diziam faltar em Portugal mais unidades de saúde.
Ele, depois de os ouvir, afirmou que o maior problema de Portugal seria um problema de transportes porque para um território com 600 Km x 250 Km tinhamos unidades suficientes.
Faz falta em Portugal compreender que para uma pequena área territorial é preciso descentralizar sem criar novas estruturas adicionais, o que ás vezes surje quando se fala de regionalização.
Este assunto daria, como diz, pano para mangas. Mas que vale a pena discutir, isso vale.
Creio que um dos exemplos mais flagrantes das diferencas relacionadas com os dois sistemas politicos esta na forma como as pessoas sao eleitas para cargos politicos a nivel local e no nivel de responsabilidade que e assumido. A nivel local (Vereadores, Presidentes de Camara, de Junta, etc.), o facto dos candidatos poderem ser eleitos sem o apoio ou envolvimento dos partidos tem as suas vantagens pois permite (obriga) que o nivel de independencia exista e que o sentido de responsabilidade na resolucao dos problemas dos cidadaos seja muito maior. Neste sistema, O futuro dos politicos, a nivel local, tem a ver, essencialmente, com o grau de envolvimento e empenhamento na resolucao dos problemas que afectam a sociedade em que estao inseridos e o contacto com a populacao vai muito para alem das festas e festivais do costume. Como vereador eleito sem o apoio ou envolvimento de partidos, assumi, desde o inicio do primeiro mandato, a responsabilidade de contactar com a populacao sempre que necessario. Por isso, recebo, por semana, cerca de 30 pessoas que me informam dos mais diversos problemas. Dizem-me que isso e impossivel de existir em Portugal, dentro do actual sistema. Parece que ai (Portugal), o Presidente da Camara fala e os membros da Camara eleitos pelo Partido (maioria)concordam, ainda que os interesses da populacao sejam, por vezes, prejudicados. Concordo totalmente com a posicao de que o bom funcionamento das estruturas politicas e sociais esta fortemente ligado ao nivel de descentralizacao do poder. Mas nao e so!
Concordo plenamente que o eleito local possa proporcionar uma enorme mais valia ao seu Concelho se se conseguir distanciar abertamente da lógica partidária, tanto mais sendo conhecida como é em Portugal a tendência para que se formem à sua volta núcleos duros de interesses particulares para, daí, conseguirem obter vantagens pessoais.
Ainda no post que escrevi hoje, referencio um dos aspecto onde acho que os executivos municipais são mais ineficazes : a falta de contacto directo com as pessoas e com os seus problemas. Acabam por restringir os seus contactos com um número reduzido de figuras que os rodeiam talvez procurando esconder as verdadeiras questões. E como as saídas dos gabinetes são, na maior parte dos casos, para irem à capital pedir alguma coisa, ou às reuniões dos partidos, ou aos seminários sobre temas estéreis, sobra pouco tempo para se aperceberem dos pequenos problemas de cada um por causa de obras planeadas em cima do joelho, à pressa por um qualquer empreiteiro que se sente com o direito de ditar as suas próprias regras, talvez por saber que só vai receber as facturas um ano depois dos trablhos executados.
E para além disso, continua a persistir o conceito de que "quem não está comigo está contra mim!" esquecendo-se que da diferença de opinião pode surgir uma melhor solução.
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