Se é indesmentível que os bons acessos viários são imprescindíveis para se poder pensar em progresso na nossa terra, também é verdade que mesmo que eles um dia venham a ser construídos só poderão projectar-nos num raio de acção apreciável se a Ria sofrer uma vasta operação de desassoreamento e reabilitação.
Acreditar que um acesso rápido à A1, ao IC1 ou ao IP5 é a solução imediata para todos os nossos problemas de “exterioridade” é pensar no curto prazo e insistir numa pretensa vocação industrial que efectivamente não temos em comparação com outros concelhos estruturalmente mais bem preparados.
A Ria é e será nas próximas décadas a nossa pérola ou a nossa desgraça, o nosso motor de desenvolvimento ou de definhamento. O desporto, a pesca, o turismo, a habitação de férias, as actividades de veraneio dependem dela.
Não será muito difícil perceber porque razão não avança por diante a tal entidade gestora da Ria, definida há muito em legislação específica, mencionada calorosamente pelo senhor Presidente da República, e por mais um rol de gente habituada a dizer coisas agradáveis a plateias de gente que gosta de bater palmas e menear a cabeça em jeito de subordinação.
Essa entidade não funciona porque ainda não apareceu ninguém suficiente tolo para se aventurar na liderança desse organismo, porque a Associação dos Municípios da Ria não se dispõe a assumir essa responsabilidade por não querer aceitar receber uma laguna gravemente doente, e porque nenhum governo está efectivamente interessado em gastar dinheiro para a salvar.
Como já referi noutro post, essa entidade abstracta não passará de uma “figura de estilo” a não ser que consiga convencer o governo a canalizar uma verba inicial de 50 milhões de euros para as obras de revitalização da Ria.
Num cenário de verdadeira desresponsabilização política do governo central, só a AMRIA se pode apresentar verdadeiramente com força para se impor como última guardiã e salvadora da Ria de Aveiro.
Só com essa força será possível exigir ao Porto de Aveiro, S.A. que sempre retirou e continua a retirar do leito da Ria avultadas verbas, nomeadamente nas extracções de areia à entrada da barra, compensações indispensáveis para a sua manutenção.
Escamotear a responsabilidade da construção e do alargamento da estrutura portuária na degradação da Ria é esquecer o passado recente.
Se é verdade que para as principais câmaras municipais da AMRIA (Aveiro, Ílhavo, Ovar, Águeda, Estarreja e Albergaria-a-Velha) este problema não é decisivo, fruto do desenvolvimento industrial que sustenta a vitalidade desses concelhos, para a Murtosa não haverá outra solução viável para o seu desenvolvimento sustentado.
Hoje que tanto se ouve falar da necessidade de estabelecer pactos de regime para resolver problemas graves, seria saudável ouvirmos falar, volvidas as eleições autárquicas, duma união plena dos murtoseiros de todas as cores políticas, em particular aqueles que se julgarem mais influentes, à volta da resolução deste problema.
Até lá estou curioso em ouvir que medidas concretas tencionam levar a cabo os principais candidatos autárquicos caso vençam as eleições.
Pode ser esse um ponto importante que muitos quererão ponderar na altura de meter o voto na urna.
Acreditar que um acesso rápido à A1, ao IC1 ou ao IP5 é a solução imediata para todos os nossos problemas de “exterioridade” é pensar no curto prazo e insistir numa pretensa vocação industrial que efectivamente não temos em comparação com outros concelhos estruturalmente mais bem preparados.
A Ria é e será nas próximas décadas a nossa pérola ou a nossa desgraça, o nosso motor de desenvolvimento ou de definhamento. O desporto, a pesca, o turismo, a habitação de férias, as actividades de veraneio dependem dela.
Não será muito difícil perceber porque razão não avança por diante a tal entidade gestora da Ria, definida há muito em legislação específica, mencionada calorosamente pelo senhor Presidente da República, e por mais um rol de gente habituada a dizer coisas agradáveis a plateias de gente que gosta de bater palmas e menear a cabeça em jeito de subordinação.
Essa entidade não funciona porque ainda não apareceu ninguém suficiente tolo para se aventurar na liderança desse organismo, porque a Associação dos Municípios da Ria não se dispõe a assumir essa responsabilidade por não querer aceitar receber uma laguna gravemente doente, e porque nenhum governo está efectivamente interessado em gastar dinheiro para a salvar.
Como já referi noutro post, essa entidade abstracta não passará de uma “figura de estilo” a não ser que consiga convencer o governo a canalizar uma verba inicial de 50 milhões de euros para as obras de revitalização da Ria.
Num cenário de verdadeira desresponsabilização política do governo central, só a AMRIA se pode apresentar verdadeiramente com força para se impor como última guardiã e salvadora da Ria de Aveiro.
Só com essa força será possível exigir ao Porto de Aveiro, S.A. que sempre retirou e continua a retirar do leito da Ria avultadas verbas, nomeadamente nas extracções de areia à entrada da barra, compensações indispensáveis para a sua manutenção.
Escamotear a responsabilidade da construção e do alargamento da estrutura portuária na degradação da Ria é esquecer o passado recente.
Se é verdade que para as principais câmaras municipais da AMRIA (Aveiro, Ílhavo, Ovar, Águeda, Estarreja e Albergaria-a-Velha) este problema não é decisivo, fruto do desenvolvimento industrial que sustenta a vitalidade desses concelhos, para a Murtosa não haverá outra solução viável para o seu desenvolvimento sustentado.
Hoje que tanto se ouve falar da necessidade de estabelecer pactos de regime para resolver problemas graves, seria saudável ouvirmos falar, volvidas as eleições autárquicas, duma união plena dos murtoseiros de todas as cores políticas, em particular aqueles que se julgarem mais influentes, à volta da resolução deste problema.
Até lá estou curioso em ouvir que medidas concretas tencionam levar a cabo os principais candidatos autárquicos caso vençam as eleições.
Pode ser esse um ponto importante que muitos quererão ponderar na altura de meter o voto na urna.
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