O Tribunal Constitucional não encontrou consenso quanto à data do terminus da 1.ª sessão legislativa do governo de José Sócrates.
Com 7 votos contra 6, o TC deliberou que esta sessão legislativa só terminará em Setembro de 2006.
Aos olhos do vulgar cidadão, tanta polémica à volta duma simples data não faz qualquer sentido nem causa a mínima preocupação.
Também nos custa a perceber como é que tanta gente sabedora e letrada tem tantas dúvidas acerca duma coisa tão simples com uma data.
Ficamos a pensar que há muita gente a brincar com estas coisas, a perder tempo com minudências e que as Universidades, em lugar de formar bons doutores e engenheiros, forma uma grandc quantidade de cidadãos que são incapazes de interpretar com exactidão o rigor de uma data.
Afinal, a definição desta data era decisiva para saber se se podia fazer já um novo referendo tendo em consideração que o Presidente da República tinha recusado dar o seu aval a outro sobre o mesmo tema na primavera passada.
Como a Constituição da República proíbe a repetição de uma proposta de referendo numa mesma sessão legislativa, a tal data era mesmo importante.
Ainda bem que o tema não era de vida ou de morte para os portugueses, senão metade de nós teria ficado com o futuro suspenso por causa da simples definição de uma data : 15 de Setembro de 2005 ou 15 de Setembro de 2006.
Fica assim suspenso até ao próximo ano o referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez, sem que ninguém perceba verdadeiramente o que esteve por detrás de tanta polémica, de tanta incerteza, de tantos artigos de opinião, de tanta converseta, de tantos jornais vendidos.
É que com tantos e decisivos problemas para o País, ter vindo de propósito às televisões em horário nobre o próprio primeiro-ministro vestido de secretário-geral do PS, dizer aos portugueses que tinha muita paciência democrática e que saberia esperar até 2006 para lançar o referendo, fez-me pensar porque razão ele mesmo tem deixado de nos vir falar de outras tantas coisas tão importantes para Portugal e deu tanto ênfase a esta questão do aborto.
Sócrates precisava de vir dizer aos portugueses que é capaz de cumprir promessas e usou esta oportunidade para o fazer: prometeu um referendo sobre o aborto e é um referendo que vai fazer, evitando a solução possível de uma nova lei da Assembleia da República que nos poupava a todos uma pipa de massa que vai custar o referendo.
Mas, para isso precisou de paciência.
Paciência para aturar a oposição. Paciência para aturar os 7 juízes do Tribunal Constitucional que não lhe deram razão. Paciência para aceitar a decisão do Presidente da República. Paciência para aturar todos aqueles que o querem contrariar.
O poder, muitas vezes, tem destas coisas.
Com 7 votos contra 6, o TC deliberou que esta sessão legislativa só terminará em Setembro de 2006.
Aos olhos do vulgar cidadão, tanta polémica à volta duma simples data não faz qualquer sentido nem causa a mínima preocupação.
Também nos custa a perceber como é que tanta gente sabedora e letrada tem tantas dúvidas acerca duma coisa tão simples com uma data.
Ficamos a pensar que há muita gente a brincar com estas coisas, a perder tempo com minudências e que as Universidades, em lugar de formar bons doutores e engenheiros, forma uma grandc quantidade de cidadãos que são incapazes de interpretar com exactidão o rigor de uma data.
Afinal, a definição desta data era decisiva para saber se se podia fazer já um novo referendo tendo em consideração que o Presidente da República tinha recusado dar o seu aval a outro sobre o mesmo tema na primavera passada.
Como a Constituição da República proíbe a repetição de uma proposta de referendo numa mesma sessão legislativa, a tal data era mesmo importante.
Ainda bem que o tema não era de vida ou de morte para os portugueses, senão metade de nós teria ficado com o futuro suspenso por causa da simples definição de uma data : 15 de Setembro de 2005 ou 15 de Setembro de 2006.
Fica assim suspenso até ao próximo ano o referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez, sem que ninguém perceba verdadeiramente o que esteve por detrás de tanta polémica, de tanta incerteza, de tantos artigos de opinião, de tanta converseta, de tantos jornais vendidos.
É que com tantos e decisivos problemas para o País, ter vindo de propósito às televisões em horário nobre o próprio primeiro-ministro vestido de secretário-geral do PS, dizer aos portugueses que tinha muita paciência democrática e que saberia esperar até 2006 para lançar o referendo, fez-me pensar porque razão ele mesmo tem deixado de nos vir falar de outras tantas coisas tão importantes para Portugal e deu tanto ênfase a esta questão do aborto.
Sócrates precisava de vir dizer aos portugueses que é capaz de cumprir promessas e usou esta oportunidade para o fazer: prometeu um referendo sobre o aborto e é um referendo que vai fazer, evitando a solução possível de uma nova lei da Assembleia da República que nos poupava a todos uma pipa de massa que vai custar o referendo.
Mas, para isso precisou de paciência.
Paciência para aturar a oposição. Paciência para aturar os 7 juízes do Tribunal Constitucional que não lhe deram razão. Paciência para aceitar a decisão do Presidente da República. Paciência para aturar todos aqueles que o querem contrariar.
O poder, muitas vezes, tem destas coisas.
Aqui, ali e acolá.
Sem comentários:
Enviar um comentário