quinta-feira, março 22, 2007

Esperemos mais um bocadinho! Pode ser que isto passe...

Lia há pouco à mesa do café a edição de hoje do Diário de Aveiro, tendo-me chamado à atenção a notícia com o título “Murtosa: SAP fechou há meio ano e não voltou a abrir .

Reli o que escrevi sobre o assunto em 20 de Agosto passado, e lembrei-me de posicionamento das autoridades murtoseiras acerca da construção do “IC1 a poente”.

Como se a primeira experiência de uma demoradíssima reacção aos acontecimentos já não tivesse sido suficiente para vermos o IC1 passar onde muito bem apeteceu ao governo socialista de Lisboa, temos agora uma segunda edição de outra lenta interpretação daquilo que está a acontecer por esse país fora quanto ao encerramento dos serviços de atendimento permanente.

Aliás, esta é uma matéria, onde a oposição murtoseira também tem sido muito envergonhada a falar, vai-se lá saber porquê!

A Câmara questionou, é certo, a Administração Regional de Saúde sobre as intenções daquele organismo acerca do futuro! Mas depois de uma resposta que estava completamente vazia de conteúdo, o que é que a Câmara voltou a fazer desde então?

Toda gente sabe que a população da Murtosa é uma população envelhecida e que os transportes públicos não servem os horários nem os locais onde estão instalados os grandes hospitais, mas quem é que se empenhou verdadeiramente em minimizar os estragos que este governo está a provocar com o aniquilamento total da estrutura do serviço nacional de saúde?

Estará ainda alguém à espera que o SAP reabra 24 horas por dia? Só se for no dia em que o IC1 desvie de novo para poente…

Em lugar de se continuarem a fazer estudos em papel couché baseados em dados do Census 2001 a dizer e redizer tudo aquilo que já se disse um milhão de vezes, seria mais proveitoso que se negociassem alternativas e se providenciassem contrapartidas para minorar o problema que é de todos.

E recusar a passagem de credenciais a torto e a direito para baixar as estatísticas só irá servir a médio prazo para que os murtoseiros em geral deixem de recorrer aos necessários cuidados médicos e aumentem o sofrimento na fase final de vida.

Talvez fosse, também, hora da Misericórdia da Murtosa reclamar de volta umas instalações que já foram de “ouro” e que foram alugadas a um Ministério da Saúde que tencionava prestar cuidados sérios aos cidadãos, ainda que em muitas noites, felizmente, só houvesse uma ou duas urgências.

Esperar para quê? Só se for para as teias de aranha não nos deixarem sair do sítio!

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