terça-feira, maio 01, 2007

O "Dia do Trabalhador" ou o "Dia do Direito ao Trabalho"

O mundo assinalou hoje o “Dia do Trabalhador”!
Segundo a história, este dia evoca a luta iniciada nos Estados Unidos, ainda no século XIX, pela jornada de 8 horas diárias de trabalho, e que se veio a estender décadas mais tarde a França e a depois a toda a Europa democrática.
Mas como podemos hoje encarar este direito adquirido num mundo globalizado onde apenas um número ínfimo de trabalhadores pode estar seguro, a médio longo prazo, acerca do futuro do seu posto de trabalho com todas as regalias conquistadas até hoje?
Certamente, com muitas reservas.
O trabalhador vacila entre o sentimento de fazer exigir os seus direitos e a necessidade de aceitar que os mesmos sejam abandonados para que continue a ter trabalho.
Os patrões hesitam entre encerrar as empresas sujeitas a legislação laboral mais rígida nos países desenvolvidos, e a transferir os negócios da produção industrial para os países onde o “Dia do Trabalhador” não passa de um dia em que todos têm de trabalhar as mesmas catorze ou quinze horas do costume.
Mesmo dentro do aparelho do Estado, onde as 8 horas diárias são em muitos casos apenas 7, os dias de férias anuais são muito mais do que os 22, os direitos inequivocamente adquiridos há dezenas de anos são hoje ofuscados por um “quadro de excedentes” que pode ser um saco sem fundo.
De dia para dia, são menos as certezas.
Ao trabalhador exige-se cada vez uma maior necessidade de formação para que possa ficar um pouco mais à frente do seu concorrente.
Nem a política escapará, mais cedo ou mais tarde, a ser o único “trabalho” onde não se exige um curriculum, experiência profissional, ou capacidade demonstrada de saber fazer bem.
Os tempos que vêem pela frente são muito difíceis, ainda que prosaicamente os nossos governantes mostrem sorrisos de confiança.
Enquanto o trabalhador do mundo ocidental que comemora o “Dia do Trabalhador” continuar a competir ferozmente com o trabalhador do “resto do Mundo” sem direitos, liberdades e garantias, não haverá razões para sorrir.

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